sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Pra fechar 2010 - A lista dos melhores álbuns internacionais do ano

Com este post o Miscelânea Pop se despede de 2010.
Um ano que foi repleto de shows internacionais pelo Brasilzão, mais uma infinidade de lançamentos no mundo da música, sendo que muitos acabaram passando batidos no meio de tantos títulos que encheram meu HD. Muita coisa vai acabar ficando para a repescagem no começo de 2011.
Uma pequena mudança na lista deste ano, é que os álbuns de estréia (Comentados no post das principais revelações do ano) vão ficar de fora desta lista, ainda que muitos deles mereçam figurar aqui.
Então vamos lá: Aqui vai o meu top 10 dos melhores discos gringos de 2010:

- Devo - Something for everybody

Os veteranos do Devo voltaram, após 20 anos da gravação de seu último álbum de estúdio, em plena forma e presenteiam os fãs com um trabalho cheio de vigor. Canções alegres e dançantes, que mesclam a energia do punk com as batidas eletrônicas e os sintetizadores, trazendo de volta todo o espírito juvenil da New Wave, com a diferença que agora os caras são uns cinquentões, mas que não perderam o jeito pra coisa.


- Greenhornes - Four stars
 Esse acabou entrando na lista aos 45 do segundo tempo. Não vou me extender muito comentando este álbum, até porque foi publicada uma resenha recentemente aqui no blog. Queria apenas acrescentar que, apesar de ter sido lançado há pouco mais de um mês, o novo do Greenhornes já é um dos discos gringos que mais ouvi neste ano. Rock simples, direto e irresistivelmente retrô.



- Black Keys - Brothers
 O duo de garage rock que tem suas raízes fincadas no blues, lançaram neste ano seu sexto disco de estúdio, no qual experimentam uma produção mais requintada para os padrões da banda, que sempre valorizou o rústico, em gravações feitas até em porões. Apesar da guitarra e bateria continuarem em primeiro plano, agora dividem o espaço com teclados e backing vocals femininos. Uma agradável renovação que pode conquistar uma legião de novos fãs para a banda.



- The Wavves - King of the beach
 Terceiro disco da banda The Wavves também apresenta mudanças em direção à uma sonoridade mais palatável, onde o noise lo-fi não aparece de maneira tão  intensa quanto em seu antecessor, deixando as canções mais fáceis de serem assimiladas pelos ouvintes. Mas não vá pensando que irá encontrar algo muito pop por aqui não! A faixa título reverencia a surf music, mas também há rock garageiro, punk bubblegum, incursões ao grunge dos anos 90 e uma pitada de neo-psicodelia.


LCD Soundsystem -This is happening

Liderado pelo gênio das pistas James Murphy, o LCD Soundsystem voltou com tudo neste terceiro trabalho, que tinha como maior desafio fazer algo que fosse tão excitante quanto seus dois discos anteriores. E não é que eles conseguiram? Seu mix de música eletrônica, com New Wave, Synth Pop e Dance Music, aliado às belas composições de Murphy garantem o padrão de qualidade incontestável da banda.



Arcade Fire - The Suburbs
 Este deve ser um trabalho divisor de águas na carreira dos canadenses do Arcade Fire. Com seu aclamado terceiro álbum The Suburbs constando das listas de melhores lançamentos do ano em quase todas as principais publicações e sites especializados em música, a banda deve experimentar um salto do Indie ao Mainstream. E no caso do Arcade Fire, isso não deve ser encarado como algo pejorativo, muito pelo contrátio. As canções deste álbum são encantadoras e vão se vão se tornando viciantes a cada audição.



The Dead Weather - Sea of cowards
 Com um time de respeito, talvez o Dead Weather tenha decepcionado no primeiro álbum por reunir um elenco com músicos do White Stripes, The Kills, Greenhornes e Queens of the Stone Age, onde tudo soava exagerado e confuso. Aqui eles acertam a mão e justificam o título de superbanda. Jack White e VV se alternam nos vocais e até se arriscam em duetos. Dosando a sensualidade do blues com o vigor e a agressividade do rock garageiro, eles superaram todas as expectativas neste disco.


- Flaming Lips - Embryonic
 Apesar de ter sido lançado com pouco tempo de difença de "Dark side of the Moon" (versões que o Flaming Lips fez para o clássico disco do Pink Floyd), Embryonic não teve a mesma repercussão e foi pouco comentado. Uma tremenda injustiça, pois Embryonic é muito melhor do que o referido álbum de covers. Mas é um disco apenas para iniciados em Flaming Lips, que apreciam as maluquices da banda, as experimentações a psicodelia e as ambientações espaciais, tudo tocado com a maestria desta banda nada convencional.


- Black Rebel Motorcycle Club - Beat the devils tattoo 
 No sexto álbum dos californianos que sempre são associados ao Jesus & Mary Chain eles voltam com um discaço que merece figurar em qualquer lista de melhores do ano que se preze. Pena que muitas destas listas prefiram exaltar bandinhas que talvez nem cheguem ao segundo disco. Mas o BRMC expande suas referências sonoras para muito além dos irmãos Reid. Há canções com toques de folk, blues, gospel, além de seus tradicinais riffs e feedbacks de guitarras.


- MGMT - Congratulations
 Mais um álbum injustiçado... Talvez pela expectativa gerada após o lançamento do surpreendente álbum de estréia, que emplacou ao menos dois hits (Time to pretend e Kids), seu sucessor sucumbiu a uma série de críticas negativas, não agradando a quem esperava outros hits à altura. É verdade, não há nenhuma canção em Congratulations com potencial para se tornar sucesso radiofônico. Mas isso não tira o brilho do álbum, que tem excelentes músicas, com instrumental seguro e melodias elaboradas.


That's all, folks!
Boas festas e em 2011 voltaremos neste mesmo batcanal.
Até lá!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Meus preferidos de 2010 (Nacionais)

O fim do ano está aí e todo mundo começa a fazer suas listas, seja de compras, seja de metas para o próximo ano.
E como já é tradição, o Miscelânea preparou as suas próprias listas de melhores do ano, que começou com as revelações, no post anterior.
Agora chegou a vez da lista dos melhores álbuns nacionais de 2010, segundo o próprio critério de avaliação deste que vos escreve.
Esclareço que não pretendo rankear os álbuns por ordem de preferência, pois todos eles, em algum momento deste ano, conquistaram o título de o meu disco preferido da última semana.

Ciro Pessoa - Em dia com a rebeldia
O eterno ex-Titãs e ex-líder do Cabine C surpreendeu ao lançar seu segundo álbum solo, em um trabalho no qual Ciro traz à tona suas influências psicodélicas e sua poesia evoca imagens surreais. Um antídoto anti-caretice.
 

Lestics- Aos abutres
Olavo Rocha e Umberto Serpieri, ex-integrantes da banda paulistana Gianoukas Papoulas, chegam ao quarto disco, acompanhados por uma banda coesa, em mais um trabalho que transborda sensibilidade e belas melodias semi-acústicas.  Uma banda madura, que faz música para pessoas maduras.



Garotas Suecas - Escaldante banda

Depois de lançar dois EPs, finalmente a banda Garotas Suecas estréia em disco, em grande estilo, pelo selo Americano American Dust. Emanações tropicalistas, ecos de jovem guarda e a devida reverência aos mestres da black music brasileira, fazem de Escaldante Banda uma boa pedida para animar qualquer festa que se preze.
 

Apanhador Só - Apanhador Só
Uma grata surpresa essa banda gaúcha. Apesar das frequentes comparações com Los Hermanos, eles demonstraram muita personalidade em seu primeiro álbum, em belas canções adornadas por instrumentos percussivos inusitados, misturando ritmos que vão do rock, ao baião, da MPB setentista ao blues.


Tulipa Ruiz - Efêmera
 Essa cantora paulistana consegue se destacar dentre as trocentas cantoras que apareceram na nova safra da MPB, por ter lançado um disco em que dosa com maestria suas raízes emepebísticas com o pop, em canções de fácil assimilação, tocadas por uma banda que esbanja talento. Sem falar de sua belíssima voz, que encanta na primeira audição.


Cérebro Eletrônico - Deus e o Diabo no Liquidificador
 Depois de lançar o irretocável Pareço Moderno, o segundo trabalho de estúdio desta banda liderada pelo inquieto Tatá Aeroplano, havia um desafio enorme pela frente. Como manter o nível das composições, sem se tornar repetitivos? Mas a usina criativa do C.E. deu conta do recado e brindou os fãs com ótimas canções cheias de irreverência e até algumas mais dramáticas. 


Superguidis - Superguidis (terceirão)
Adicionar legenda

O quarteto gaúcho que foi injustamente acusado de ter amadurecido antes do tempo quando lançou seu segundo disco, voltou com um discaço, onde não economizaram nas guitarras cortantes, estabelecendo-se como um verdadeiro patrimônio do rock alternativo brasileiro. A produção de Phillipe Seabra (Plebe Rude) conferiu ao disco um padrão de qualidade internacional.


Mombojó - Amigo do tempo

 Os pernambucanos mais paulistanos do Brasil conquistaram uma grande projeção no cenário da música independente com esse terceiro disco e foram convidados para tocar nos dois maiores festivais deste ano (SWU e Planeta Terra). Todo lirismo da banda é envolto por uma base instrumental consistente e apesar de suas referências musicais apontarem para o passado, tudo aqui soa bem contemporâneo.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Revelações de 2010 que valem a pena

Estava garimpando alguns álbuns que ouvi durante o ano, à procura de bandas novas que lançaram bons discos e reconheço que senti uma certa dificuldade para encontrar algumas que fossem relevantes, mas aqui vai o que passou pela peneira:


Tame Impala - Trio australiano que faz um rock garageiro/psicodélico, com um vocalista que tem um timbre de voz parecido com o de John Lennon. Seu disco de estréia Innerspeak é uma preciosidade.


Avi Buffalo - Banda californiana que é a mais nova aposta da Sub Pop, que conquistou a simpatia da crítica musical, com seu folk-pop delicado e uma neo-psicodelia que lembra um pouco o MGMT.


The Young Veins - Com uma pegada totalmente sixties, altamente influenciados por Beatles, Monkees, Beach Boys entre outros, esta banda formada por ex-integrantes do Panic at the disco surpreendeu muita gente com o ótimo disco Take a vacation!


Warpaint - Essas garotas de Los Angeles debutaram com o álbum The Fool, repleto de ambientações que vão da psicodelia ao shoegaze, criando uma sonoridade bastante intrigante e cheia de personalidade.


Surfer Blood - Quinteto natural da Florida, mostrou em Astro Coast melodias ensoladas com guitarras que remetem às bandas dos anos 90, como Pavement e Weezer e experimentam até uma percussão meio Afro, no estilo do Vampire Weekend.  Tem agradado bastante aos fãs do indie-rock.


Dum Dum Girls - Outra banda feminina, que flerta com as canções das girl groups dos anos 60, aditivadas por feed-backs de guitarras à la Jesus & Mary Chain.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

The Greenhornes está de volta com novo disco

Four stars é o título do quarto álbum de estúdio da banda norte-america The Greenhornes, lançado pelo selo Third Man Records (de Jack White) 8 anos após a gravação de Dual Mono, seu antecessor.
Enquanto seus integrantes Jack Lawrence (baixo) e Patrick Keeler (bateria) tocavam com o Jack White e Brendan Benson no The Raconteurs (Lawrence também toca no The Dead Weathers), o Greenhornes foi forçado a dar um tempo e, somente agora que pintou uma folga das bandas citadas acima, conseguiu produzir material inédito.
Mas nem todo este tempo sem gravar músicas novas foi capaz de diminuir a inspiração dos caras e nem de tirar o talento que eles têm para compor verdadeiros petardos garageiros, que poderiam ter sido lançados nos anos 60 sem causar estranhamento algum naquela época.
Craig Fox (guitarra e voz) continua em grande forma e mostra toda sua versatilidade para interpretar canções que vão de rocks certeiros à incursões psicodélicas, ousando até baladas românticas nos moldes das grandes bandas dos sixties, devendo agradar em cheio aos fãs de Rolling Stones, The Kinks, Love, The Troggs, entre outros grupos da época.
Saying Goodbye e Underestimator abrem o álbum e reafirmam a vocação da banda para o garage rock tradicional, para em seguida dar uma guinada rumo ao pop perfeito com textura sessentista de Better off without you, uma das canções mais bonitas criadas pelo Greenhornes, com potencial para se tornar seu primeiro hit radiofônico, apesar disso ser altamente improvável...
Outros grandes momentos do álbum são as faixas Song 13, Need your Love, Let the world behind, que irão saciar a ansiedade dos fãs da banda que aguardaram tanto tempo por material inédito. Apesar da arte horrenda da capa, o disco vale a pena.
Há quem ache que o Greenhornes é a banda certa no momento errado. Mas nestes tempos em que não aparece nada que vá revolucionar o mundo do rock eles estão aí para mostrar que ainda é possível fazer boa música usando apenas a simplicidade do bom e velho rock’n roll. Afinal de contas, não dá para querer reinventar a roda, não é mesmo?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Vem aí a adaptação de Besouro Verde para as telonas

A série Besouro Verde, concebida originalmente como uma radionovela nos anos 30, ganhou popularidade mesmo quando virou uma série de TV, produzida entre os anos de 1966 e 1967, que trazia o lendário Bruce Lee no papel do mordomo Kato.
Agora, ganha uma nova adaptação para as telonas, dirigida por Michel Gondry (O brilho eterno de uma mente sem lembranças e Rebobine, Por favor), que traz no elenco Cameron Dias, Seth Rogen (que também assina o roteiro e produção), Christoph Waltz (Bastardos Inglórios), Edward Furlong (O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final), entre outros.
A trama é sobre Britt Reid (Seth Rogen), um milionário dono do Jornal Sentinela Diária, que decide se tornar um combatente do crime, usando o pseudônimo de Besouro Verde, tendo como aliado Kato (Jay Chou), seu mordomo de origem oriental, que é mestre em artes marciais.
O longa tem previsão de estrear nos cinemas brasileiros em 25 de fevereiro de 2011. Enquanto isso, fique com o trailer.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

E o show do Raveonettes no Sesc Pompéia rolou mesmo!

Este fim de semana certamente entrará para a história de São Paulo.
Enquanto todos os holofotes apontavam para os mega-eventos que aconteceram sábado no Playcenter (Festival Planeta Terra) e domingão no Estádio do Morumbi (Paul McCartney), ainda teve a lenda viva Lou Reed, tocando o esquisitaço álbum Metal Machine Music no Sesc Pinheiros.
Mas o show que quase ninguém comentou foi o da dupla dinamarquesa The Raveonettes, formada por Sune Rose Wagner (guitarras/voz)e Sharin Foo (baixo e voz) que se apresentou no Sesc Pompéia, na sexta-feira (20/11)
A banda chegou a publicar em sua página na internet um pedido de desculpas aos fãs brasileiros pelo mal entendido, devido à problemas na agenda de shows. O Sesc, por sua vez, acabou segurando a venda de ingressos até o último instante, liberando somente bem perto da data de apresentação, quando finalmente conseguiram confirmar a participação do grupo no evento.
Sorte dos felizardos que conseguiram comparecer no dia e presenciar o show de uma das bandas mais legais dos últimos tempos, que usa os feedbacks de guitarras à la Jesus & Mary Chain, flertam com o garage rock dos Cramps e ainda tem influência das girl groups dos anos 60, como The Ronettes (a semelhança no nome da banda não é mero acaso).
Aqui vai uma pequena amostra do show que eles fizeram em Sampa e que infelizmente eu perdi (como tantos outros shows que rolaram neste ano)

Programa Miscelânea Pop 38 (26/11/10)


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domingo, 21 de novembro de 2010

Planeta Terra 2010 - Uma noite memorável

Confissões de um fã que comemorou aniversário no Festival Planeta Terra e se acabou nos brinquedos do Playcenter.

Tem coisas que somente o acaso é capaz de nos proporcionar...Jamais me passou pela cabeça que eu seria presenteado no dia do meu aniversário com um festival onde eu teria o prazer de finalmente assistir um show do Pavement, uma das minhas bandas preferidas. E ainda assistiria ao show do Smashing Pumpkins no final, que já tive a oportunidade de ver uma vez, quando lançaram seu conceitual "Mellon Collie and the infinite sadness". E para tornar a balada ainda mais divertida, o local escolhido para o evento foi o parque de diversões Playcenter.


A tarde de calor e sol prometia...Logo ao chegar ao parque, nenhuma dificuldade para estacionar o carro e muito menos para entrar. Nada de filas longas e nem demora na revista. Começamos bem!
Acabava o show dos Novos Paulistas, uma das atrações nacionais que eu queria ver, mas beleza, ainda tem muita coisa boa pela frente.
Hora de se municiar de fichas para ficar abastecido. Fila pequena e pouca espera na hora da compra. Tava tudo muito perfeito para ser verdade. Primeira decepção: A breja era Devassa. Pagar R$ 5,00 numa cerveja deste naipe dói um bocado. Dói mais ainda saber que vai ser a única bebida alcoolica a ser consumida nesta longa noite.
O primeiro show que consegui assistir foi do Of Montreal, ainda na luz do dia, em pleno horário de verão, os caras fizeram uma performance teatral maluca no palco, cheios de figurantes fantasiados,  enquanto o ritmo dançante contagiava o público que já começava a se aglomerar em frente ao palco.
Logo me enchi daquilo e decidi aproveitar um pouco dos brinquedos, afinal de contas fazia um bom tempo que não visitava o Playcenter. E para começar, já fui logo em busca de fortes emoções, entrando na fila do Turbo Drop. Enquanto a fila se aproximava e eu observava aquelas pessoas indo às alturas para depois descerem numa quedra livre, em altíssima velocidade, mais eu era consumido por um medo e pensei em alguns momentos em abandonar a fila. É lógico que depois teria de aguentar as gozações da minha mulher e dos amigos, então preferi encarar o perigo de frente.
Assim que estava devidamente sentado, com a trava abaixada e a coisa começou a subir, eu via tudo ficando pequeno lá embaixo e eu podia ter uma vista aérea da cidade de São Paulo, foi que eu pensei: FUDEU!
Quando o treco despencou lá de cima, não deu para fazer nada. Quis gritar para liberar a adrenalina, mas a força com que fui arremessado em direção ao chão foi tão grande que o grito não saiu. Tudo tão rápido e tão intenso, a brincadeira tinha acabado. E eu me sentia aliviado e pronto para encarar qualquer outro desafio. O pior já tinha passado.
Daí em diante foi moleza. Barco Viking, Evolution, Boomerang, Double Shock, tudo parecia brinquedo de criança depois de ter encarado o Turbo Drop. E o mais surpreendente é que quase não havia filas.
Hora de voltar aos shows. Voltamos ao main stage na metade da apresentação da banda francesa Phoenix, sem dúvida uma das boas surpresas da noite. Banda com uma apresentação energética ao vivo e que teve uma ótima receptividade por parte do público, em um dos shows com o maior número de espectadores do festival.
O ponto alto do show foi no encerramento da apresentação, quando o vocalista Thomas Mars deu um mosh e foi conduzido pelo público até uma plataforma, onde subiu e agradeceu, para depois se lançar novamente sobre o público e voltar ao palco, visivelmente exausto e emocionado. O Phoenix saiu do palco ovacionado pela multidão.
A galera que estava em peso vendo o Phoenix tinha liberado a área e foi ótimo, pois pudemos nos posicionar num lugar bem perto do palco. Agora restava apenas esperar mais alguns minutos para finalmente ver a atração que eu estava mais fissurado para conferir: O Pavement.
Fiquei feliz por não haver uma Área Vip na minha frente. Ponto para o Planeta Terra que não optou por esta prática ridícula. Apoio totalmente a campanha lançada pelo jornalista Lúcio Ribeiro pela extinção da famigerada pista vip em shows.
Agora tava tudo pronto. Os caras do Pavement estavam posicionados no palco. Momento de grande emoção. Com qual música eles abririam o show? Começaram os primeiros acordes de Gold Soundz. Coisa linda, o show prometia. Várias canções do Slanted and enchanted e do Crooked Rain, Crooked rain dividiam o set list com de outros álbuns.
Quase todas as que eu queria ouvir foram maravilhosamente executadas pela banda: Perfum V, In the mouth of a desert, Stereo, Cut you hair, Unfair, Shady Lane, Two States, todas me fizeram pular e bater cabeça, incansavelmente. A adrenalina que eu estava liberando era maior do que quando despenquei do Turbo Drop.

Alguns momentos mais relaxantes do show foram que me fizeram entrar em transe por alguns instantes, como nas músicas Stop breathing e Here, ambas tocadas de maneira maravilhosamente hipnóticas.
Apesar da apatia de Stephen Malkmus, a banda esbanjou simpatia e mostrou que a força de suas canções continua intacta.
De alma lavada, agora era hora de repor as energias. Chegando na praça de alimentação, encaramos uma fila grande e demorada, que nos fez perder as primeiras músicas do Smashing Pumpkins, ou na realidade o que sobrou do velho Smashing, apenas o Billy Corgan, acompanhado por uma banda de apoio competente, mas que não tem o mesmo brilho daquele grupo que tinha James Iha, D'Arcy e Jimmy Chamberlin.
E eles vieram para mostrar suas músicas novas. Algumas até boas, com uma pegada mais Metal, outras meio cansativas. O batera, que aparentava ter uns 15 anos de idade, com uma faixa na cabeça lembrando Daniel Sam (Karatê Kid) queria mostrar que é um puta baterista e mandou lá pela metade do show um solo de alguns minutos, totalmente desnecessário.
Bons momentos surgiram quando Corgan tocou algumas antigas, como Today, Cherub Rock, Drown, Bullet with butterfly wings, Tonight Tonight, mas não foi suficiente para levantar o ânimo da maioria presente, que aparentavam estar num festival de bocejos generalizado.

E os caras continuaram lá tocando suas músicas novas. Perdi a paciência no show do Smashing, foi a maior decepção da noite pra mim. Já vencido pelo cansaço, abandonei o show antes do final e fui procurar um canto para sentar e dar uma descansada antes de ir embora.
Fim do evento, cansaço e alegria se misturavam, as pernas e os pés em frangalhos, o pescoço doendo de tanto agitar no show do Pavement me fizeram lembrar que eu completei 40 anos...Se é verdade que a vida começa aos 40, então a minha começou de maneira emocionante.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Conheça Beady Eye, a nova banda de Liam Gallagher

O Beady Eye, banda liderada por Liam Gallagher, ex-frontman do Oasis, disponibilizou hoje o primeiro single, Bring the light, para download no site oficial.
A faixa dá uma boa prévia do que se pode esperar do novo grupo de Liam, com uma sonoridade energética que remete ao Pub Rock inglês dos anos 70.
O Oasis encerrou as atividades no ano passado, com a saída de Noel Gallagher, alegando divergências com o irmão Liam. Este, por sua vez, formou O Beady Eye com os músicos de sua ex-banda, Gem Archer, Andy Bell e Chris Sharrock.

O álbum completo já está gravado, porém o lançamento está previsto apenas para o próximo ano.

 

sábado, 30 de outubro de 2010

Tron - O Legado tem trilha sonora de Daft Punk

 
O filme Tron - O legado não poderia ter uma trilha sonora mais adequada ao seu estilo futurista eletrônico.
O duo francês de música eletrônica Daft Punk compôs toda a trilha sonora do longa, que chegou a reunir mais de 100 músicos de uma orquestra sinfônica durante as gravações em um estúdio britânico.
Nesta continuação do clássico de ficção científica de 1982, o gênio tecnológico Sam Flymm investiga o desaparecimento de seu pai, Kevin Flymm, quando descobre ter sido engolido pelo mesmo mundo de programas e gladiadores virtuais, onde seu pai vive há 25 anos.
Com direção de Joseph Kosinsk, esta produção dos estúdios Disney chega aos cinemas em 17 de dezembro, nos formatos 3D Imax e 2D.
Confira o vídeo de Derezzed do Daft Punk, que mostra algumas cenas do filme.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sessão Miscelânea Popcorn/Bandidos do Cine Xangai apresenta: The Commitments

 Dando sequência à parceria do Miscelânea com os Bandidos do Cine Xangai, o filme desta semana é The Commitments - Loucos pela fama (1991), dirigido por Alan Parker.
As minhas considerações sobre o fime estão lá no blog dos bandidos, onde o filme está postado.
Para assistí-lo basta acionar o play e quando aparecer a seta verde no centro do player, clicar novamente.
Pode ir preparando a pipoca e bom filme!

Ouça duas novas do Bidê ou Balde

Sem lançar material novo desde 2004, quando gravou seu terceiro álbum "É preciso dar vazão aos sentimentos", a banda gaúcha Bidê ou Balde está de volta, com duas novas faixas que estarão no EP previsto para ser lançado em novembro deste ano: "Me deixa desafinar" e "Tudo é preza". (Ouça nos players abaixo)
Outras três músicas inéditas estarão no EP, que terá produção da banda juntamente com Ray Z, que montou um time de músicos respeitáveis para completar a nova formação da BoB. Além de Carlinhos Carneiro (vocal) e Vivi Peçaibes (teclados e backing vocals), juntaram-se a eles Marcos Rübenich (Walverdes) na bateria, e no baixo Pedro Porto (ex-Ultramen).
Já é um bom aperitivo para os fãs da banda que estavam ansiosos para conhecer músicas novas da banda, mas Carlinhos adiantou que o novo álbum somente será lançado no ano que vem.
Ouça aqui - Me deixa desafinar e Tudo é preza

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Malditos cartunistas - Documentário sobre quadrinhos no Brasil


Está sendo produzido o documentário Malditos cartunistas, sobre os artistas que fizeram parte da contra-cultura no universo dos quadrinhos brasileiros, desde a época do jornal O Pasquim até os dias atuais.
Com direção de Daniel Garcia e Daniel Paiva, este importante registro documental reúne depoimentos de importantes cartunistas, como Angeli, Jaguar, Glauco, Lourenço Mutarelli, Ziraldo, Laerte, entre tantos outros, e traça um panorama destes profissionais marginalizados.
Ainda não há previsão de quando o filme entrará em cartaz nos cinemas, mas já tem um trailer para atiçar a curiosidade dos maníacos por HQs.