terça-feira, 8 de outubro de 2013

The Strypes tem estreia promissora com Snapshot

O quarteto irlandês The Strypes é a bola da vez na aposta da imprensa musical Britânica, sempre ávida por descobrir qual será The next big thing, que na maioria das vezes acaba não sobrevivendo ao hype.
Porém, neste caso em particular, vale a pena dar uma ouvida no que esses garotos na faixa dos 17 e 18 anos estão fazendo, antes de descartá-los por sua aparência de Boy Band à la Jonas Brothers. 
Snapshot marca a estreia em grande estilo dessa molecada esperta, que escancaram suas influências do Blues e Rythm & Blues, assim como as bandas britânicas dos 60's, que também beberam na mesma fonte e deram uma cara mais rock'n'roll e um andamento mais acelerado ao ritmo negro norte-americano.
A primeira impressão causada na faixa de abertura Mistery Man é a de uma grata surpresa, como se estivéssemos diante de uma banda que tivesse passado os últimos 50 anos em uma cápsula do tempo e somente agora fosse descoberta.O fato é que eles não ficariam deslocados naquela efervescente cena em que grupos como Rolling Stones, The Animals e Yardbirds apareceram.
Na sequência, outros petardos reafirmam a impressão inicial:  Blue Collar Jane, What the people don't see She's so fine, apresentam aquela fórmula clássica do blues rock made in britain, pontuados por solos de gaita (sim, aquele instrumento que há tempos foi esquecido pelas bandas de rock!!!), que é utilizada sem economia em quase todas as faixas do disco.
Angel Eyes é a única música em que a banda tira o pé do acelerador, com aquela levada bluseira mais tradicional e arrastada, apenas para recuperar o fôlego e logo em seguida disparar outros rocks certeiros, como Perfect Storm, What a shame e Hometown girl.
O álbum reúne 12 faixas, sendo 8 inéditas e 4 releituras de grandes mestres do blues, como Willie Dixon (You can't judge a book by the cover), Samuel Smith (I can tell - gravada por Bo Didley ), Nick Lowe (Heart of the city) e Hambone Willie Newbern (Rollin' and Tumblin - gravada por Muddy Waters).
Embora não traga nenhuma inovação - afinal de contas tudo o que eles fazem já foi feito antes - o debut do The Strypes revela uma banda competente e deixa uma grande expectativa quanto ao rumo que eles podem seguir nos próximos trabalhos.