sábado, 30 de junho de 2012

Programa Miscelânea Pop 71 - 29/06/12


Small Faces no Momento Fundo do Baú especial Mod
LANÇAMENTOS
The Hives - Go right ahead
The Cult - The Wolf

TRILHAS SONORAS
Gang of Four - Natural's not in it (Maria Antonieta)
Ted Nugent - Motorcity madhouse (De volta a Dogtown)

OUTRAS VERSÕES
Acústicos e Valvulados - Minha fama de mal (Original de Erasmo Carlos)
Richard Cheese - We are the world (Original de USA for Africa)

FUNDO DO BAÚ - Especial Mod
Small Faces - Shake
The Jam - Modern World
The Charts - Andando ao seu lado

terça-feira, 12 de junho de 2012

Lee Ranaldo faz bonito em álbum solo

Às vezes, com o fim de uma banda, o único alento para os fãs é que seus integrantes formem outras bandas legais ou então lancem bons discos em carreira solo, mas sempre fica aquela expectativa de que as músicas soem como sua ex-banda, sendo inevitável a comparação.
Com o Sonic Youth não poderia ser diferente. Os dois guitarristas que moldaram toda a estrutura do rock alternativo lançaram álbuns solo. Se no ano passado Thurston Moore se enveredou por uma sonoridade mais voltada ao Folk Rock, deixando um pouco de lado as distorções e aqueles ruídos peculiares que eram a principal característica do SY, agora com Lee Ranaldo a coisa foi um pouco diferente. Apesar deste trabalho solo não conter a ruidosidade frequente de sua antiga banda, também não foge muito do que eles já fizeram em seus álbuns mais acessíveis.
Nas primeiras audições realmente parece que é um disco do Sonic Youth bem mais clean, a todo momento ficamos esperando aqueles feedbacks de guitarra, o que não acontece e acabamos nos dando conta que este é um álbum solo de Lee Ranaldo. Ponto.
Isso quer dizer que vai decepcionar os fãs mais entusiastas do SY? Talvez àqueles que estejam em busca dos momentos mais abrasivos que remetam ao noise rock praticado pela banda ao longo de sua existência. Mas vai agradar em cheio aos apreciadores das canções mais melódicas e viajantes deles.
E não há como negar que Lee Ranaldo acerta ao investir num rock mais elétrico, flertando com o Pós-Punk em algumas faixas, mas sem abdicar das texturas que ele ajudou a criar e que viria a definir o estilo das Guitar Bands. E é essa base sólida que dá sustentação para que ele possa despejar suas letras marcantes em cada uma das 10 faixas.
No decorrer do álbum é possível identificar várias influências que transparecem em suas músicas. Há reminiscências de Neil Young, Big Star, Husker Dü, Beatles entre outros.
Waiting on a dream se encarrega de abrir o álbum e deixa uma boa impressão, parecendo ser uma prima próxima de Dirty Boots. Na sequência vem a ótima Off the wall, de fácil assimilação e incrivelmente grudenta, que nos remete ao Sugar de Bob Mould.
Xtina as I knew her é um pequeno épico de 7 minutos, que se diferencia das demais canções com sua melodia envolvente e belos trabalhos de guitarra.
E assim o disco vai rolando agradavelmente, com outras ótimas canções, algumas mais animadinhas, como Angles e Lost (Plane T nice) e outras mais introspectivas como Hammer Blows e Stranded.
O resultado final é bastante recompensador e revela que apesar de ter uma atuação mais discreta no Sonic Youth, enquanto Thurston Moore e Kim Gordon roubavam a cena na maiora das vezes, Lee Ranaldo é sem dúvida um tremendo músico e um compositor excepcional.