MY New Device - A formação brasileira |
Para quem não conhece o Sufrágio, aqui vai um breve retrospecto. Formada em São Bernardo do Campo, no ano de 1986, quando as bandas do ABC se dividiam em tribos. Grupos de música Punk, Metal, Oi, Rockabilly, Psychobilly eram predominantes por aqui, mas o Sufrágio não se enquadrava em nenhum destes estilos.
Surgiu na contramão de tudo o que rolava na região, fazendo uma música fortemente influenciada por bandas do rock inglês oitentista, incorporando o peso das guitar bands e posteriormente, assimilaria elementos do britpop.
O Sufrágio tocou mais de 20 anos no circuito underground paulistano, mostrando suas músicas e iriam novamente contrariar as tendências da época, em shows tributos ao Joy Division e Jesus & Mary Chain, quando as casas de shows alternativas tinham predileção por bandas com repertório próprio.
E foi da vontade de experimentar novos elementos em sua música que criaram o projeto My New Device – “A banda surgiu da necessidade de me expressar de outras formas, usar outros sons, outros timbres e beats eletrônicos. A idéia era experimentar um novo conceito, agregando sintetizadores e pré-gravações. O Sufrágio era uma típica guitar band e este novo projeto daria uma cara mais dançante e divertida ao nosso som” – explica Reinaldo Andreatta (guitarra/vocal).
Neste projeto, eles flertam com a sonoridade das bandas de Manchester do comecinho dos anos 90, na qual o Hacienda Club era o principal reduto, revelando importantes grupos como The Stone Roses, Happy Mondays, New Order e muitas outras, que agitaram a cena com seu mix de rock, dance, música eletrônica e toques de psicodelia e botaram a juventude inglesa para dançar, embalados pelo ecstasy, que era a droga do momento.
Outra forte referência na música do My new Device é o Primal Scream, que apesar de ser uma banda escocesa, tem uma grande identificação com aquela sonoridade que ficou conhecida por madchester.
Por aqui, a cena não repercutiu com a mesma intensidade que na Europa, pois a imprensa musical tinha olhos somente para o grunge, que eclodia com força total do outro lado do Atlântico, em Seattle, quase na mesma época.
Andreatta e os músicos da formação inglesa do MND |
Uma curiosidade sobre a banda é que ela tem duas formações. Enquanto Andreatta está no Brasil, seus companheiros de Sufrágio, Ronaldo Andreata (batera), Emil Ayres (baixo), Leonardo Bianco (guitarra) e o tecladista Fabio Demartin completam o time. Quando morou na Inglaterra, onde passou o último ano, recrutou os músicos britânicos Nick Dowdeswell (guitarrista) e Mike Vick (baterista), tornando o My New Device uma banda de dupla nacionalidade.
Confira a releitura que eles fizeram de Funziona senza vapore, da cultuada banda paulistana Fellini.
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