domingo, 1 de agosto de 2010

Calling all bands - Novo clipe de Jupiter Apple


Mr. Flávio Basso está de volta, novamente sob o pseudônimo de Jupiter Apple.
Para quem quem ainda não conhece sua trajetória, que se confunde com a própria história do rock gaúcho, aqui vai um breve retrospecto.
Em meados dos anos 80, quando ainda era um adolescente ele fundou a banda TNT, gravou a coletânea Rock Grande do Sul em 1985, juntamente com outras bandas que despontavam no cenário dos pampas, como Os Replicantes, De Falla, Garotos da Rua e Engenheiros do Hawai.
Pouco depois de lançar o primeiro disco, ele sairia do TNT para criar Os Cascavelletes, ao lado de Frank Jorge, e chegaram a emplacar a sacana Nega bombom, que entrou para a trilha sonora da novela global Top Model.
Os Cascavelletes duraram pouco tempo, mas o suficiente para se consagrarem como uma das mais importantes bandas do Rio Grande do Sul, com letras de apelo sexista, chegando a serem classificados de Porno-rock, tornando-se os principais responsáveis por criarem uma tendência do rock gaúcho que perduraria até os dias atuais: A sonoridade retrô que remetem aos Beatles e aos Stones, figurino sessentista, e letras debochadas.
Mas a grande virada em sua carreira viria quando ele se lançou em carreira solo e mergulhou de cabeça na psicodelia, metamorfoseando-se em Júpiter Maçã, criando um álbum que é considerado um dos grandes momentos do rock psicodélico brasileiro: A sétima efervescência (1996).
Com referências explícitas que vão de Mutantes à Syd Barret, Beatles a The Who, canções viajandonas ou que celebram a locura como Lugar do caralho, Walter Victor, Miss lexotan 6mg chamaram a atenção do público aficionado pela psicodelia dos sixties.
Essa seria a primeira incursão de Flávio em seu alter ego Júpiter Maçã. A segunda veio com seu segundo disco, Plastic Soda (1999), em que daria uma nova guinada, em direção à bossa nova retrô-futurista, com toques de Stereolab, com músicas cantadas em inglês. Foi quando adotou o condinome de Jupiter Apple.
Seu terceiro trabalho Hisscivilization (2002) é o que soa mais experimental de sua carreira, misturando música brasileira com programações eletrônicas, sintetizadores e Moogs, que inicialmente causou estranhamento em seus fãs, mas que mais tarde viria a se tornar um álbum cultuado.
Voltou como Júpiter Maçã em Uma tarde na Fruteira (lançado em CD apenas em 2008, mas que já circulava na internet desde 2005), explorando mais sua influência do tropicalismo, voltando a compor em português e criando novos clássicos, como Beatle George, Síndrome de pânico, A marchinha psicótica de Dr. Soup, entre outros, neste que é considerado um de seus melhores álbuns.
Em Bitter (2008), seu quinto álbum, já demonstrava sinal de esgotamento criativo em uma fase marcada por problemas com o alcoolismo, se apresentando sem a menor condição, em performances que beiravam o constrangedor.
Desde o ano passado, Jupiter parece ter se recuperado dessa fase e resurge em uma nova fase, na qual aposta em lançamento de singles em vídeo-clipes.
No ano passado gravou Modern Kid, um rock dançante bem atual e radiofônico; Recentemente soltou este vídeo de Calling all bands, que marca uma nova mudança de estilo deste artista que tem a capacidade de se reinventar a cada trabalho.
Apesar de seus detratores estarem mais preocupados em fazer críticas homofóbicas por conta de seu visual andrógino e uma interpretação caricata, cheia de caras e bocas, o vídeo tem uma ótima produção, com referências aos Beatles, Andy Warhol e Bowie. Controvérsias à parte, a música é ótima, com ecos do Velvet Underground, e promete atingir um outro tipo de público.
Agora é só torcer para que venha mais material com essa qualidade em seu próximo disco. Ou será que ele desistiu do velho formato?
Com o Jupiter é assim mesmo... Tudo o que ele faz foge do convencional.

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