Debut de Jack White mergulha na música de raiz americana |
Um guitarrista talentoso e um dos maiores compositores do rock de sua geração mostra em Blunderbuss que sua fonte de criatividade parece não se esgotar.
Missing Pieces abre magistralmente o álbum, com um teclado que permeia toda a canção e se sobressai sobre os solos de guitarra que aparecem brevemente lá pela metade da música.
Logo na sequência vem Sixteen Saltines, um rockão que traz a marca registrada do White Stripes, com um riff simples e forte, soando como nos tempos de sua ex-banda.
Outra faixa que se destaca é Freedom at 21, com suas raízes fincadas no blues-rock, entremeada pelos malabarismos guitarrísticos de Mr. White, que não se faz de rogado, despejando solos, ruídos e mais um riff matador.
No decorrer das faixas seguintes, outras referências menos óbvias vão surgindo, em canções que resgatam um pouco da folk e da country music (Love Interruption e a faixa título) e até um Rythm & Blues dançante (I'm shakin), evidenciando toda a versatilidade do músico.
Há também um forte indicador que o rock garageiro que consagrou o White Stripes está cedendo espaço para composições mais elaboradas, com arranjos imponentes, como é o caso de Weep Themselves to sleep, que pode surpreender quem esperava encontrar aqui apenas a simplicidade e a crueza dos primeiros discos da ex-banda de Jack White.
Embora o rock visceral e energético ainda esteja presente em sua música, e isso é ótimo, a conclusão que chegamos ao ouvir seu debut é que acompanhado por uma banda competente ele pode alçar voos mais altos, sem limitações, como já tinha demonstrado com The Raconteurs, confirmando ser um dos artistas mais criativos e importantes da música atual. Ou alguém discorda?
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