quarta-feira, 30 de maio de 2012

B Negão e os seletores de frequência - Em sintonia com a black music

Se no Planet Hemp ele parecia ser mais um coadjuvante, quando todos os holofotes da mídia apontavam para Marcelo D2, em carreira solo o rapper carioca B Negão encontrou o espaço que precisava para dar vazão ao seu talento e criatividade.
E com toda sua experiência musical acumulada em suas passagens por grupos de propostas tão diferentes, como o PH, Funk Fuckers e Turbo Trio, em 2003 lançou o seu álbum de estreia, Enxugando o gelo, um trabalho primoroso, apresentando uma banda de apoio bastante segura, Os seletores de frequência, que fazem a cama para B Negão deitar e rolar sobre diferentes estilos, indo do Funk setentista, ao Hip Hop, do Rap ao Reggae, do Dub ao Afrobeat e outras experimentações sonoras.
Agora ele volta com seu segundo registro de estúdio, Sintoniza Lá, aprimorando ainda mais suas influências em cada uma das 11 faixas, com total liberdade para se apropriar das várias vertentes da Black Music, seja ela  americana, jamaicana ou brasileira. Como ele diz, tudo teve origem na África.
Em Alteração (ÉA!) ele manda seu recado, com um discurso que exalta a liberdade de pensamento, pontuado pelo naipe de metais, fundindo o cerebral com o dançante, uma mistura recorrente nas faixas seguintes.
E com um discurso afiado ele vai discorrendo sobre as tensões do mundo atual em O Mundo (Panela de Pressão) e Reação (Panela II), a primeira mais funkeada e a segunda mais regueira.
A porção Tim Maia fase Racional (Frequentemente homenageado por B Negão em shows tributos com o Instituto) dá as caras em Proceder/Caminhar, com uma mensagem positiva e de conscientização que remete aos tempos em que o síndico pregava suas crenças no Universo em desencanto.
Essa é pra tocar no baile tenta elevar o groove, balançar as massas nos shows com seu apelo dançante, enquanto que Subconsciente é uma paulada instrumental que lembra as incursões do Planet Hemp no hardcore.
A faixa título merece destaque por colocar o Dub na ordem do dia, em um instrumental esfumaçado e inebriante, com uma letra igualmente viajante, numa verdadeira celebração cannabística, para não perder o hábito...
Um disco classudo, que rola suave do começo ao fim e desde já merece um lugar entre os melhores lançamentos de 2012.
                                     

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Cinema - Os filmes mais aguardados pelo Miscelânea Pop

Preparem-se fãs do cinema de entretenimento, vem aí uma série de blockbusters que prometem arrecadar altas cifras nas bilheterias. Os Vingadores (The Avengers) foi um dos lançamentos mais aguardados de 2012 e em 2 semanas bateu o recorde de bilheteria, um grande feito para um filme de super-heróis. E tem muito mais vindo por aí...Listamos abaixo os longas que estamos aguardando ansiosamente para assistir em breve, em alguma sala de cinema da cidade:

25 de maio - HOMENS DE PRETO III (MIB III - Barry Sonnenfeld) Os agentes J (Will Smith) e K (Tommy Lee Jones), a dupla mais bacana do cinema nos últimos 15 anos, estão juntos novamente em mais uma aventura repleta de criaturas extraterrestres, onde J volta ao ano de 1969, para tentar desvendar o que houve com seu parceiro que inexplicavelmente estava dado como morto naquele mesmo ano.  

08 de junho - PROMETHEUS (Prometheus - Ridley Scott) O diretor Ridley Scott, do cultuado Blade Runner, volta com mais um filme de Ficção Científica, que foi anunciado como um prelúdio de Aliens. No instigante trailer de sua nova produção, uma espaçonave parte da Terra em uma missão rumo a um planeta em outra galáxia em busca de respostas sobre a origem da raça humana, mas chegando lá, a tripulação começa a ter sérios problemas e...

 15 de junho - NA ESTRADA (On the road - Walter Salles) Tudo bem, esse não é um típico filme blockbuster, mas convenhamos que uma adaptação para as telonas de Walter Salles para o clássico da literatura Beatnik On the Road de Jack Kerouac, é uma das produções mais aguardadas do ano, tanto pelos fãs do cineasta brasleiro, como do escritor norte-americano. E o elenco traz Sam Riley (O Ian Curtis em Control) e Kristen Stewart (Da saga Crepúsculo e a Joan Jett em The Runnaways), Kirsten Dunst, Viggo Mortensen, Steve Buscemi e a brasileira Alice Braga.  

22 de junho - SOMBRAS DA NOITE - (Darkshadows - Tim Burton) Mais um filme da parceria Burton/Depp, ou seja, diversão garantida. Aqui, Burton adapta para o cinema a série de TV dos anos 60, "Dark Shadows", em que o jovem Barnabas (Johnny Depp) é amaldiçoado por uma bruxa e enterrado vivo no século XVIII. Duzentos anos depois ele é libertado de seu túmulo, em um mundo completamente diferente do qual ele conhecia.  

03 de julho - O ESPETACULAR HOMEM ARANHA (The Amazing Spider-Man - Mark Webb) Apesar de muitos fãs do herói aracnídeo da Marvel não aprovarem um reboot tão recente de sua origem, parece que esta versão vai fazer uma abordagem de uma outra fase da vida de Peter Parker, sua infância, e o faz revelações sobre seus pais, além de trazer um vilão que é velho conhecido do Homem Aranha nos quadrinhos, mas que ainda não tinha aparecido nos filmes: O Lagarto.  

27 de julho - BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE (Batman - The Dark Knight Rises - Christopher Nolan) Aqui se encerra a trilogia do Cavaleiro das Trevas dirigida por Christopher Nolan, que conseguiu retratar o vigilante de Gotham City de uma maneira mais sombria e realista, diferentemente dos filmes anteriores, que mais pareciam desenhos animados. Desta vez, a ameaça é o terrorista Bane. Anna Hathaway está no papel da Mulher Gato.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Mixtape - Brega is cool

Lá vou eu com a difícil missão de tentar convencer o leitor deste blog que a música brega pode ser boa...
A idéia surgiu em um post no Facebook de minha amiga Priscila Veiga, onde eu comentei que tinha achado interessante o disco da cantora Paraense Gaby Amarantos, para a surpresa de algumas pessoas.
Sim, eu tinha achado genial aquela música que é tema de uma novela da Globo, na qual ela rima "My love" com "1,99". Como é que ninguém tinha pensado nisto antes?
E digo mais, atualmente tem muito artista de responsa na música brasileira que tem utilizado elementos considerados de gosto duvidoso em suas músicas.
Reuni nesta playlist 12 canções de gente do naipe do Otto, Céu, Criolo, Do Amor e muitos outros que se renderam a este estilo tão popular e gravaram verdadeiras jóias, que poderiam facilmente ser executadas em qualquer emissora AM do país.
Então faça um pequeno esforço,deixe o preconceito de lado, acione o player abaixo sem medo de ser feliz, e confirme que a música brega pode sim ter qualidade. Afinal, existem apenas dois tipos de música: A boa e a ruim. 

MusicPlaylistRingtones
Music Playlist at MixPod.com Tracks da playlist:

1 - Otto - Naquela mesa
2 - Frank Jorge - Eu demiti um amigo
3 - Céu - Baile de ilusão
4 - Felipe Cordeiro - Legal e ilegal
5 - Criolo - Freguês da meia noite
6 - Los Pirata - Amor y libertad
7 - Lulina - Meu príncipe
8 - Do Amor - Perdizes
9 - Ortinho - Saudades do mundo
10 - Wander Wildner - Quase um alcoolatra
11 - Diego de Moraes e o Sindicato - Sinto falta de mim
12 - Rafael Castro e os Monumentais - Amor, amor, amor

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Jack White estreia em carreira solo com Blunderbuss

Debut de Jack White mergulha na música de raiz americana
O primeiro trabalho solo do ex-líder do White Stripes não tem grandes surpresas, apenas reafirma o que todos já sabem: Jack White é o cara!
Um guitarrista talentoso e um dos maiores compositores do rock de sua geração mostra em Blunderbuss que sua fonte de criatividade parece não se esgotar.
Missing Pieces abre magistralmente o álbum, com um teclado que permeia toda a canção e se sobressai sobre os solos de guitarra que aparecem brevemente lá pela metade da música.
Logo na sequência vem Sixteen Saltines, um rockão que traz a marca registrada do White Stripes, com um riff simples e forte, soando como nos tempos de sua ex-banda.
Outra faixa que se destaca é Freedom at 21, com suas raízes fincadas no blues-rock, entremeada pelos malabarismos guitarrísticos de Mr. White, que não se faz de rogado, despejando solos, ruídos e mais um riff matador.
No decorrer das faixas seguintes, outras referências menos óbvias vão surgindo, em canções que resgatam um pouco da folk e da country music (Love Interruption e a faixa título) e até um Rythm & Blues dançante (I'm shakin), evidenciando toda a versatilidade do músico.
Há também um forte indicador que o rock garageiro que consagrou o White Stripes está cedendo espaço para composições mais elaboradas, com arranjos imponentes, como é o caso de Weep Themselves to sleep, que pode surpreender quem esperava encontrar aqui apenas a simplicidade e a crueza dos primeiros discos da ex-banda de Jack White.
Embora o rock visceral e energético ainda esteja presente em sua música, e isso é ótimo, a conclusão que chegamos ao ouvir seu debut é que acompanhado por uma banda competente ele pode alçar voos mais altos, sem limitações, como já tinha demonstrado com The Raconteurs, confirmando ser um dos artistas mais criativos e importantes da música atual. Ou alguém discorda?