segunda-feira, 18 de julho de 2011

Estreia incendiária do The Baggios em CD


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De tempos em tempos o rock tenta trazer de volta a simplicidade e a diversão que tinha quando surgiu, em meados dos anos 50. Foi assim quando o Punk apareceu nos anos 70, como uma resposta à onda Progressiva que estava deixando o rock muito complicado e chato. Nos anos 90 aconteceu algo semelhante com o Grunge.
Já nos anos 2000, o White Stripes veio mostrar que era possível fazer um som visceral em formato de duo, utilizando apenas guitarra e bateria para destilar doses cavalares de garage rock, blues, e punk, abrindo caminho para outras bandas se firmarem neste mesmo tipo de terreno, como The Black Keys, Blood Red Shoes, The Kills, entre outros.
A dupla sergipana The Baggios, formada por Julio Andrade (Guitarra e Voz) e Gabriel Carvalho (Bateria), reza nesta mesma cartilha, onde menos equivale a mais, fazendo um som altamente energético, com riffs arrebatadores e composições que cativam o ouvinte logo na primeira audição.
Depois de um EP e uma porção de singles virtuais, eles chegam a seu primeiro álbum de estúdio, recém lançado pelo selo Vigilante (Deckdisc), onde rapazes utilizam toda crueza e simplicidade a serviço de um blues rock com texturas garageiras, desprovido de firulas e modernidades tecnológicas.
Logo na faixa de abertura O azar me consome (ouça no player abaixo) a dupla já deixa claro seu poder de fogo. Outros petardos são descarregados, um após o outro, sem que a banda perca o fôlego.
São 14 faixas que exalam boas referências, de Jimi Hendrix a Rolling Stones, porém soando de maneira bem distinta, como se eles apenas tivessem utilizado a mesma matéria prima para construir uma coisa diferente.  Um exemplo disso é o vocal de Julio, que em certas músicas chega a remeter a Raul Seixas, mas de um jeito como nunca ouvimos o roqueiro baiano cantar, sobre uma base instrumental mais pesada e abrasiva. Em Pare e Repare isso fica bem evidente.
Algumas participações adicionam mais sustância ao álbum. Hélio Flanders (Vanguart) canta em Morro da Saudade; Léo Airplane (Plástico Lunar) toca órgão em quatro faixas, enquanto Mário Augusto e André Lima tocam Sax e Trompete, respectivamente, em Quanto mais eu rezo e Candango’s Bar.
Um belo trabalho de estreia, que aponta para um futuro bastante promissor para a banda, que juntamente com o Plástico Lunar, incluíram definitivamente o Estado de Sergipe no mapa do atual cenário do rock brasileiro.

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