Ciro Pessoa volta "em dia com a rebeldia"

Muita gente pode não conhecer Ciro Pessoa, mas com certeza já ouviu algumas músicas de sua autoria que foram sucesso com a sua famosa ex-banda, os Titãs, como por exemplo “Sonífera Ilha” e “Homem primata”, apenas para citar as mais conhecidas.
No entanto, Ciro preferiu trilhar o caminho do underground em vez de acompanhar a carreira dos Titãs, que decolava rumo ao estrelato. Foi líder da cultuada banda Cabine C, cujo disco “Fósforos de Oxford” que foi produzido e lançado em 1986 pelo selo da banda RPM, é considerado um marco do pós-punk tupiniquim.
Depois de passar muito tempo sem gravar, em 2003 lançou seu primeiro trabalho em carreira solo, intitulado “No Meio da Chuva Eu Grito Help”, com produção de Apollo 9 e editado pelo selo inglês Voice Print.
Somente agora, sete anos depois, Ciro volta com um novo álbum, “Em dia com a rebeldia”, onde se arrisca a mergulhar de cabeça na psicodelia, em músicas que emanam texturas sonoras e climas Sydbarretianos, enquanto suas letras remetem à imagens dos quadros surreais de Salvador Dali, criando formas caleidoscópicas que mudam de tons e se modificam a cada nova faixa.
Novamente a produção ficou nas mãos de Apollo 9, que também toca as guitarras e teclados, enquanto que para a cozinha, Ciro recrutou os Forgotten Boys Flavio Cavichioli (bateria) e Zé Mazzei (baixo), injetando rock’n’roll na viagem transcendental.
Os títulos de algumas faixas como “Minha mulher ampulheta”, “Girando na órbita zen”, “As formigas estão vendo tudo”, “Praia de marfim” traduzem bem esta imersão do artista no universo psicosurreal, resultado de sua trip em Barcelona, o epicentro do movimento Surrealista, para pesquisar em livrarias e contemplar obras nos museus da cidade, sob a inspiração da atmosfera catalã.
No dia 1º de maio será o show de lançamento no Auditório Ibirapuera. É uma ótima oportunidade de conferir ao vivo as belas e loucas canções de Ciro. Nestes tempos em que a caretice tomou conta do Rock, “Em dia com a Rebeldia” veio para subverter a ordem das coisas e evidenciar o potencial criativo do ex-Titã mais ousado, que não tem medo de se arriscar nem de se manter na marginalidade.
Isso que é ficar em dia com a rebeldia.
O álbum foi disponibilizado na íntegra para audição em streaming no site ReberbNation

Sacanearam a fórmula secreta do Tim Burton

Aproveitando a estréia nacional de Alice no país das maravilhas, resolvi postar aqui no MP, um divertidíssimo vídeo que sacaneia o método criativo de Tim Burton.
Ok, que o cara fez filmes geniais e que é um dos diretores mais respeitados de Hollywood na atualidade, isso é inquestionável.
Mas que o velho Burton vem se repetindo em algumas fórmulas antigas, que deram certo em sua carreira, desde a escolha do elenco (Johnny Depp atuando com Helena Bonham Carter conseguem superar a dobradinha Lázaro Ramos e Wagner Moura), os roteiros adaptados, os cenários pintados de tons sombrios e até as trilhas sonoras de Danny Elfman, acabaram tornando as produções dele um tanto previsíveis.
E foi justamente este conjunto de fatores o que o site Collegehumor ironizou no hilário vídeo "Tim Burton's secret formula".
Mesmo assim, nada disso foi capaz de me dissuadir ou diminuiu a minha vontade de assistir Alice em 3D Imax...

E agora, a nova do Blur - Será que desta vez eles voltam definitivamente?

Lá se foram 7 anos desde que o Blur gravou seu último registro em estúdio, o subestimado Think Tank, de 2003.
Desde então, Damon Albarn se dedicou a outros projetos, como o Gorillaz e o The Good, The Bad and The Queen, com algum êxito, enquanto que o guitarrista Graham Coxon se aventurou numa carreira solo errática, que acabou não decolando.
No ano passado, a banda se reuniu novamente e fez alguns shows na Europa, sendo que o do Hyde Park, em Londres, foi considerado um dos melhores deles de todos os tempos. Mas ficou só nisso mesmo, para a decepção dos fãs, que torciam pela volta definitiva do grupo que ajudou a cunhar o estilo Britpop.
Agora, em 17 de abril, saiu um single do Blur, lançado numa edição limitada de 1000 cópias em vinil 7 polegadas, em comemoração ao Dia da Loja de discos (veja no post anterior) com uma música nova: Fool's day é o nome da dita cuja, que já está circulando na internet, nos blogs de todo mundo.
Muito melhor do que comentá-la é ouvi-la. Então aqui vai a nova dos rapazes ingleses, que pode ser ouvida no player abaixo, ou se preferir, pode baixá-la diretamente no site da banda, clicando aqui

A inédita dos Stones

Hoje, sábado 17 de abril, é o Dia Internacional da Loja de Discos.
E para comemorar esta data tão importante para a música, estão sendo lançados compactos em Vinil, com músicas inéditas dos Rolling Stones e do Blur.
A faixa Plundered my soul dos Stones foi gravada nas sessões do cultuado álbum Exile on main Street, mas acabou ficando de fora.
Em 17 de maio terá o relançamento especial do referido disco, com 10 faixas bônus, dentre elas estará essa música, que você ouve aqui no MP, em primeira mão.
E parabéns às Lojas de Discos que conseguiram sobreviver até hoje, em plena era digital.

Novo clipe do Black Keys

Se no post anterior o que chamava a atenção era a incrível produção do vídeo clipe do Ok Go, neste, do duo Black Keys, é justamente a antítese, em que a simplicidade é o que mais surpreende.
Naqueles casos em que menos é mais, o Black Keys gravou um vídeo caseiro do primeiro single Tighten Up, para promover o lançamento de seu novo álbum, Brothers, que será lançado em 18 de maio, onde o protagonista é Frank, um fantoche de um Tiranossauro Rex.
As legendas, colocadas de maneira bem didática e cômica, garantem a diversão.

Mais um vídeo genial do Ok Go

Convenhamos que o Ok Go não é uma banda sensacional. Tá certo que conseguiu emplacar alguns hits, mas ainda não lançou um disco que possa ser considerado antológico, nem chegando perto disso, mas uma coisa é indiscutível: Os vídeos de suas músicas são imbatíveis no quesito criatividade.
Se você pensou que depois de "Here it goes again", feito numa única tomada de câmera, os caras não iriam conseguir repetir o feito com tanta precisão, então espere só para ver o que eles fizeram neste novo clipe da música "This too shall pass", faixa de "Of the blue colour of the sky", o trabalho mais recente da banda.
Pense em quantas vezes tiveram que refazer a filmagem até que chegassem a este resultado final, sem cortes e sem edições.
A comemoração no final só pode ser da equipe que trabalhou na produção da filmagem.
Ah, quanto à música...Até que ela é legalzinha!

Falando em Vinil, Prenda o Thadeu!

O Banzé anunciou o fim das atividades em junho do ano passado (Apesar de já esboçarem uma volta, com alguns shows marcados e nova formação), mas o inquieto frontman da banda, Thadeu Meneghini (guitarra/vocal), não se acomodou e seguiu compondo, formando novas parcerias e reuniu um coletivo de artistas, nomeado Conjunto Vazio, que participou da gravação do EP Prenda o Thadeu.
Parceiros das antigas como Tatá Aeroplano (Jumbo Elektro/Cérebro Eletrônico) e Adalberto Rabelo (Numismata) se juntam a outros nomes tão heterogêneos, como Genival Lacerda, Jards Macalé, Chuck Hipolitho, Wado, Ronei Jorge, apenas para citar alguns e, numa verdadeira ação entre amigos, formaram um time de 25 músicos, que resultou em algo bem distinto do que o Thadeu fazia com o Banzé, revelando toda sua versatilidade como músico.
Apesar de sua postura roqueira, aqui ele se liberta de algumas amarras e experimenta várias possibilidades com o Conjunto Vazio, introduzindo programações e samplers em algumas músicas e utilizando instrumentos exóticos como o omnichord e o stilofone.
Ouvir Genival Lacerda cantando Prenda o Tadeu em meio a trechos incidentais de Beat Dis (Bomb the Bass) é no mínimo divertido. Já a versão de Síndrome de Brega do Lobão ganhou um arranjo diferente do original e ficou bem interessante na voz de Thadeu.
Mas, a melhor de todas, é sem dúvida a faixa de abertura, Memórias de Lázaro, uma deliciosa balada que você ouve no player abaixo.

O EP contendo 6 faixas foi lançado em CD e também no formato Vinil de 10" na cor azul, numa tiragem limitada de apenas 300 cópias.
No dia 30 de abril haverá show de lançamento no Sesc Pompéia, com grande parte desta trupe se apresentando na Choperia e será uma boa oportunidade para conferir tudo isso ao vivo, e ainda ver se consegue levar a bolacha azul para casa, que provavelmente estará a venda por aproximadamente R$ 30.

Lançamentos nacionais em Vinil

Para aqueles que cresceram colecionando discos em Vinil, uma ótima notícia: O velho bolachão está de volta, fabricado aqui no Brasil.
A Desckdisk reativou a Polysom, a última fábrica a ser desativada no país, localizada em Berford Roxo (RJ), que foi modernizada com equipamentos de ponta e já lançou 4 títulos de artistas nacionais no antigo formato, que já podem ser encontrados à venda: Cinema, da banda Cachorro Grande, Chiaroscuro da Pitty, Onde brilham os olhos seus de Fernanda Takai e Fome de Tudo da Nação Zumbi.
A gravadora já está produzindo a todo vapor e vai atender também ao mercado latino-americano.
Vale lembrar que a edição de todos estes álbuns é limitada, portanto quem quiser garantir o seu é melhor não perder tempo para não ficar sem.
O preço médio praticado pelas lojas virtuais é de R$ 80,00

Último fim de semana da ocupação Chico Science

Prestes a completar 2 meses de exposição no Itaú Cultural, a Ocupação Chico Science termina neste domingo, dia 04 de abril.
O cara que colocou Recife no mapa da música brasileira lá nos idos dos anos 90, um dos criadores do movimento manguebeat e uma das mentes mais criativas da música brasileira, ganhou esta justa homenagem no espaço situado bem no coração financeiro de São Paulo.
Além de todas as peças, imagens, vídeos e instalações que compoem a mostra, a programação de fechamento da Ocupação oferece ao público um ciclo de shows relacionados direta ou indiretamente com a obra de Chico.
Nesta quinta-feira, 1º de abril, o coletivo Instituto se apresenta e traz a sua fusão de ritmos que vão do hip hop ao samba, da música eletrônica ao funk.
Na sexta e sábado (02 e 03 de abril) é a vez do Mundo Livre S/A, capitaneado por Fred 04, mostrar seu som oriundo da manguetown, onde o samba e o rock convivem harmonicamente.
E encerrando a mostra, no domingo é a vez da baiana radicada em Pernambuco Karina Burh fazer as homenagens, mostrando a influência de Chico Science, não apenas em sua música, mas toda repercussão e impacto que teve no cenário nacional e a projeção que ganhou no exterior.
Os shows começam às 20h e a entrada é franca, mas é bom chegar cedo que os lugares são limitados.
Bora lá!!!