quinta-feira, 4 de março de 2010

BRMC lança disco novo


O trio californiano Black Rebel Motorcycle Club acaba de lançar seu 6º álbum de estúdio, Beat the devil’s tattoo, e mostra que está com gás total, deixando para trás a má impressão que ficou de seu antecessor, o esquisitão Effects of 333.
É praticamente impossível falar do BRMC e dissociá-los do Jesus & Mary Chain. Eles são os filhos bastardos mais notórios que os veteranos escoceses deixaram na América. Desde a sonoridade similar, ao andamento arrastado de algumas músicas, até as vocalizações preguiçosas e esparsas, tudo parece emular o J&MC. O que não é nenhuma novidade, mas que também não foge à regra neste disco.
Mas há alguns elementos que não foram muito explorados pelos irmãos Reid e que os rapazes souberam incorporar bem à sua música, como o folk, o blues, o country e o gospel, muito bem utilizados no semi-acústico Howl e que agora reaparecem em algumas faixas, como na que dá titulo ao álbum (ouça no player abaixo).

Conscience Killer e Mama Taught me better são pauladas certeiras, aceleradas na medida certa e injetam uma dose de adrenalina nos ouvintes sedentos por um rock mais visceral.
O lado soturno da banda aparece em canções como War Machine, River Styx e Shadow’s Keeper, enquanto que a veia mais melódica vem à tona nas baladas Bad Blood e Sweet Feeling.
Apesar de não ser superior aos três primeiros, ao menos Beat the devil’s tattoo não faz feio e retoma as guitarras rascantes em primeiro plano, que reverberam uma psicodelia sombria, acompanhadas por uma cozinha econômica, porém muito eficiente.
Um bom lançamento, com ótimas músicas, mas a impressão que fica no final é que seria ainda melhor se algumas faixas fossem um pouco mais enxutas. Muitas passam dos 5 minutos, tornando o álbum um pouco maçante. Half State chega a ter intermináveis 10 minutos e 20 segundos. E isso é demais para uma banda que sempre primou pelas guitarras ruidosas e não tem aspirações de soar progressiva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário