domingo, 25 de dezembro de 2011

Os melhores álbuns nacionais de 2011

Ok, 2011 já terminou, mas o Miscelânea Pop ainda está analisando muitos lançamentos nacionais e, ainda que tardiamente, conseguiu fechar a sua lista de melhores discos brazucas do ano, com a certeza que vai ter de fazer um novo post em breve, para fazer menção a alguns álbuns que ficaram de fora, na já tradicional repescagem pós ano-novo.
Enquanto isso, confira a nossa listinha nacional dos melhores de 2011, que foi bem produtivo em termos de bons lançamentos musicais, nos mais variados estilos.
E que em 2012 surjam ainda mais coisas boas na música brasileira.

- Bixiga 70 - Bixiga 70
Em meio à enxurrada de novos grupos que surgiram fazendo música instrumental nos últimos anos, o Bixiga 70 conseguiu se destacar, fazendo uma interessante fusão de ritmos latinos, samba-jazz, afrobeat, dub e mais uma infinidade de estilos musicais, que estimulam a imaginação, como se fosse uma trilha sonora para um filme imaginário. Música que faz nosso corpo se mexer involuntariamente, impossível de se ouvir parado.



- Lê Almeida - Mono maçã
Depois de ter lançado alguns EPs em esquema de produção caseiro, Lê Almeida chega a seu primeiro álbum cheio, lançado até no formato de Vinil, onde destila toda sua influência das bandas lo-fi que sempre permearam sua obra, como Pavement, Guided by Voices e o cultuado músico e compositor Daniel Johnston, adicionando um pouco de psicodelia na receita, criando um disco deliciosamente pop e alternativo, na mesma medida.


- Poucas Trancas - Pare! Olhe! Escute!
Este quarteto de Santo André alcançou uma notável evolução musical neste álbum, com um belo trabalho autoral, letras carregadas de um humor crítico e irônico, sem medo de deixar transparecer suas influências mais evidentes, como Mutantes, Secos e Molhados, Tom Zé, Raul Seixas, The Who, entre outros, demonstrando uma interessante fusão de MPB de vanguarda, tropicalismo e Rock dos anos 60 e 70.



- China - Moto contínuo
Em seu terceiro álbum em carreira solo, o ex-Sheik Tosado, músico e VJ China, conseguiu se reinventar, em canções de fácil assimilação, soando mais pop do que em seus trabalhos anteriores, porém sem perder a mão em algumas canções mais pesadas. Boa Viagem, a faixa de abertura, além de fazer referência à praia mais famosa de Recife, também é uma saudação ao ouvinte, deixando um belo cartão de visitas para o que vem pela frente.


- Tomada - O inevitável
O quinteto paulistano Tomada é uma das mais autênticas bandas brasileiras que ainda preservam a essência do Rock'n'Roll, sintetizando o que há de melhor no gênero, em ótimas canções que flertam com o Blues Rock, o Rockabilly, o Hard Rock, Psicodelia e até se arriscam em algumas baladinhas. Além da excelente base instrumental, merece destaque o poderoso vocal de Ricardo Alpendre.


- Madame Saatan - Peixe Homem
Diretamente de Belém do Pará para o Brasil, o Madame Saatan despontou como uma das mais instigantes bandas do rock pesado na atualidade, que envereda pelo Hard Rock, Heavy Metal e Nu-Metal, mantendo a pegada nervosa em seu segundo álbum, cheio de riffs de guitarra poderosos, uma cozinha segura e o vocal potente da loiríssima Sammliz. O mais legal é que as músicas são cantadas em português, algo raro nas bandas que trilham este gênero.


- Los Porongas - O segundo depois do silêncio
 Depois de um álbum de estreia irretocável, a banda acreana Los Porongas se deparou com o desafio de lançar o segundo disco que tivesse canções tão fortes quanto em seu antecessor, porém sem soar repetitivo ou cair na mesmice. Para isso, fizeram um disco cheio de participações especiais, com músicas inspiradas, letras carregadas de versos poéticos, e uma diversidade musical que surpreende a cada faixa, passando com louvor no famigerado teste do segundo álbum.



- Autoramas - Música crocante
Financiado pelos fãs da banda, através do sistema crowdfunding, Música Crocante fez o investimento dos colaboradores valer cada centavo, em 13 faixas que trazem aquele coquetel musical de garage rock/surf music/jovem guarda/new wave que consagrou a banda de Gabriel Thomaz, marcando a estreia da baixista Flávia Couri em um álbum de estúdio da banda. A "Crocância" do título está presente em cada uma das músicas, que coloca o sexto trabalho dos Autoramas como um dos melhores de sua discografia.



- Mopho - Volume 3
Pouco mais de 10 anos após o lançamento de seu aclamado álbum de estreia, a banda Alagoana Mopho volta com seu 3º disco,  que presenteia os fãs com 10 músicas que são verdadeiras pérolas do rock psicodélico/progressivo nacional, destilando boas influências que vão dos Beatles a Pink Floyd, de Mutantes a Secos e Molhados, tudo com uma produção cuidadosa, que deixou tudo soando de maneira mais limpa e cristalina, sem mencionar a arte do encarte, que é um show a parte.


- Karina Burh - Longe de onde 
Esta cantora Baiana, criada em Pernambuco, se revelou uma das artistas mais criativas da nova geração. Depois de "Menti pra você", seu elogiado primeiro álbum, ela conseguiu gravar um trabalho bem diferente do anterior, com músicas mais pesadas, porém mantendo a qualidade de suas composições, que demonstram toda sua versatilidade. Muito bem acompanhada por músicos do calibre de Edgard Scandurra, Fernando Catatau, Guizado, entre outros, Karina Buhr conseguiu fazer um disco que a coloca em lugar de destaque na nova música brasileira.



- The Baggios - The Baggios
O melhor álbum de estreia de uma banda de rock nacional em muitos anos. Assim pode ser definido o disco homônimo da banda Sergipana The Baggios, que na realidade é um duo, de guitarra/voz e bateria, que bebe na fonte do Blues Rock Garageiro do White Stripes, Black Keys e de Raul Seixas. As participações de músicos convidados, adicionando teclados, naipe de metais, gaita assim como o dueto com Hélio Flanders, vocalista do Vanguart, acrescentaram uma sustância maior ao Blues Rock Garageiro do The Baggios.




- Criolo - Nó na orelha
Um dos discos mais comentados e premiados de 2011 foi concebido por um talentoso músico e compositor surgido na periferia da zona sul de São Paulo. Neste, que é seu segundo álbum, Criolo criou canções que passeiam com naturalidade entre o samba, Rap, Bolero, Rap, Reggae, evidenciando toda sua capacidade criativa a serviço da boa música, que dialoga tanto com os manos da quebrada, quanto com o público modernoso que frequenta as baladas no Baixo Augusta. Um sopro de renovação na MPB atual.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Os melhores lançamentos internacionais de 2011

É, caros amigos do Miscelânea Pop, o ano está acabando e é tempo de fazer listas. Como já é tradicional neste blog, preparamos uma lista dos principais lançamentos deste ano.
Vamos começar com os melhores álbuns internacionais de 2011, sem ordem de preferência, pois todos os álbuns que estão aqui, em algum momento foi o mais ouvido pelo autor destas linhas.
É óbvio que esta lista não pretende ser absoluta, afinal de contas não foi possível ouvir tudo o que foi lançado no ano, apesar de ter me esforçado bastante...
Então vamos logo ao que interessa:

- The Pains of being pure at heart - Belong
O grupo americano com a sonoridade mais britânica da atualidade, não decepcionou em seu segundo álbum. Muito pelo contrário, fez um belo trabalho que traz de volta aquele som característico do início dos anos 90, fazendo um shoegazer caprichado e belas melodias que também revisitam o britpop daquela época.


- PJ Harvey - Let England shake
A musa do rock alternativo é presença certa em quase todas as listas de melhores do ano dos sites e blogs especializados em música independente. Um álbum maduro, carregado de sensibilidade, que coloca PJ Harvey em outro patamar no atual cenário musical internacional, distanciando-se cada vez mais daquela artista restrita ao público mais underground que era no início de sua carreira.



- Beastie Boys - Hot sauce Committee part. two
Estranhamente, este disco não está sendo citado nas listas, talvez por esquecimento ou então porque não teve a repercussão merecida...O que é uma tremenda injustiça, pois o trio novaiorquino voltou com força total, promovendo uma agradável celebração ao Hip Hop, daquele jeito divertido e irresistivelmente anárquico, como somente eles sabem fazer.


- Stephen Malmus & The Jicks - Mirror traffic
O ex-líder do Pavement lança mais um disco em carreira solo, acompanhado pela banda The Jicks, com produção de Beck. E fez um trabalho digno de sua ex-banda, com canções altamente inspiradas, guitarras cortantes, para não deixar dúvida alguma que seu talento como músico e compositor ainda se mantém intacto.


- The London Souls - The London souls
Em seu álbum de estreia, este power trio novaiorquino mostra a que veio, trilhando o caminho do clássico Hard Rock setentista, mas sem abdicar de outros gêneros, como o Folk, a Psicodelia e uma pitada de Soul. Um dos melhores debut em muito tempo, que deve agradar em cheio os fãs de bandas como Black Crowes e Wolfmother.


- Miles Kane - Colour of the trap
O músico Inglês, ex-líder do The Rascals, e parceiro de Alex Turner (Arctic Monkeys) no projeto The Last Shadow Puppets, se lançou em carreira solo, que rendeu um ótimo disco, cheio de influências do Glam Rock, lembrando T. Rex em vários momentos, mas que também bebe na fonte do Britpop, resgatando aquela grandeza do rock inglês, perdida há muito tempo.


- Kasabian - Velociraptor
No quarto álbum, o Kasabian acerta ao saber dosar, como poucas bandas da atualidade, um rock vigoroso que flerta com a cena Madchester, apropriando-se de referências como Happy Mondays e The Stone Roses, com alguns efeitos eletrônicos que remetem ao Primal Scream, porém tudo muito bem diluído, imprimindo sua marca registrada. Um discaço!




- Danger Mouse & Daniele Luppi - Rome
O badalado produtor Danger Mouse faz uma disco ousado, no qual ele se inspira em trilhas sonoras de Faroeste Italiano dos anos 60, reverenciando o mestre Ennio Morricone, com a parceria do músico italiano Daniele Luppi, além das participações especialíssimas de Jack White e Norah Jones em algumas faixas. Uma jóia de rara beleza, que evoca as paisagens áridas do velho oeste americano, cenários desoladores, e um clima fantasmagórico e com toques de sensualidade.
 
- Arctic Monkeys - Suck it and see
Depois de da guinada que a banda deu em Humbug, seu álbum anterior, dividindo opiniões ao apostar em uma sonoridade mais tradicional, destilando doses de Hard Rock, psicodelia, agora eles voltam com um álbum mais diferente ainda dos anteriores, mas que evidencia toda a versatilidade da banda, indo do rock rasgado de Brick by brick, à balada quase romântica como Reckless serenade.O resultado deve ter conquistado um séquito de novos fãs e surpreendendo aos fãs da primeira fase.


- The Black Keys - El Camino
Lançado há poucas semanas, este 7º álbum da banda norte-americana The Black Keys já conquistou seu lugar em várias listas de melhores do ano. Merecidamente, já que a banda investiu em uma produção mais requintada, deixando para trás aquele som mais garageiro e cru dos primeiros (e excelentes) discos. Mas a essência continua lá, em rocks alucinantes, em blues texanao à la ZZ Top e pitadas de R & B. Vale destacar a ótima Lonely Boy, e Little black submarines, um pequeno épico, que já está sendo considerada o Stairway to heaven do século XXI.



- Black Joe Lewis & The Honeybears - Scandalous
Segundo álbum desta banda Texana, que faz um som altamente empolgante, utilizando vários elementos da música negra sulista norte-americana, como o Soul, blues, Gospel e o Rock, tudo muito bem dosado, obtendo um resultado que deve agradar tanto aos fãs de John Lee Hooker, quanto aos de Wilson Picket e Sly & the Family Stone. Embora não façam nada de novo, eles fazem com muita competência e conhecimento de causa. Suas apresentações explosivas em festivais como o SXSW, não deixa dúvidas sobre o poder de fogo deles.


- Foo Fighters - Wasting Light
Dave Ghrol e seus pupilos voltaram com um disco fodaço, com uma sucessão de ótimas músicas, desde a faixa de abertura até a de encerramento. Um disco que equilibra peso e melodia, na mesma medida, em canções que tem tudo para se juntar aos maiores clássicos deles, colocando-os no patamar das melhores bandas da atualidade. Sem dúvida alguma, um dos melhores lançamentos de 2011, e disparado o disco mais ouvido neste ano por este que vos escreve.




sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Programa Miscelânea Pop 66 - 09/12/11



Gangrena Gasosa no Fundo do Baú especial bandas cariocas
LANÇAMENTOS
- CACHORRO GRANDE
-  LÊ ALMEIDA
- BIDÊ OU BALDE
SHOWS 
- MOTORHEAD
- CYPRESS HILL
- PRIMUS
- D.R.I.
MELHORES ÁLBUNS NACIONAIS DE 2011
- THE BAGGIOS
- MOPHO
- CRIOLO
- MADAME SATAAN
MELHORES ÁLBUNS INTERNACIONAIS DE 2011
- THE LONDON SOULS
-  MILES KANE
- FOO FIGHTERS
FUNDO DO BAÚ – Especial bandas do underground Carioca dos anos 90 (Seleção do Jornalista Marcelo Viegas – Revista 100% Skate, Outro Estilo, vocalista da banda Asterdön)
- BEACH LIZARDS
- DASH
- ZUMBI DO MATO
- GANGRENA GASOSA

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Novo da Cachorro Grande para download na Trama Virtual


Baixo Augusta, o sexto álbum da banda gaúcha Cachorro Grande, pode ser baixado no site da Trama Virtual.
As sessões de gravação foram feitas nos Estúdios Trama, sendo transmitidas ao vivo na TV Trama, com produção de Rodrigo Sanches.
O disco também será lançado em CD e Vinil, afinal, das 11 faixas gravadas, 6 foram concebidas para estarem no lado A e 5 para o lado B.
Aliás, a sonoridade retrô do Cachorro Grande tem tudo a ver com o conceito revivalista do Vinil, que está voltando e reencontrando seu espaço no mercado fonográfico.
Enquanto isso, vá curtindo o formato digital, que acaba de sair do forno.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Programa Miscelânea Pop 65 (25/11/11)



LANÇAMENTOS
The Black Keys lança "El Camino", seu novo álbum
- BOOTS ELECTRIC
-  FISHBONE
- THE BLACK KEYS
SHOWS 
- KYUSS
- PRODIGY
- THE TOASTERS
CINEMA
- CONTÁGIO
TRILHAS SONORAS
- SMASHING PUMPKINS (Trilha sonora de Single – Vida de solteiro)
-  BEASTIE BOYS (Trilha sonora de Gigantes de aço)
OUTRAS VERSÕES
-  LOVE LIKE BLOOD (regravação de The Mission)
- OTTO (Versão para música de Roberto Carlos)
FUNDO DO BAÚ – Especial bandas nacionais
- AS MERCENÁRIAS – Me perco nesse tempo
- AS MERCENÁRIAS  – Pânico
- OS REPLICANTES – Hippie-Punk-Rajneesh
- OS REPLICANTES  - Motel da esquina

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Autoramas volta com seu rock elétrico e crocante


Capa de Música Crocante
Antes de começar a falar de Música Crocante, o mais recente álbum do Autoramas, o sexto de sua discografia, é bom deixar avisado: Ele é altamente viciante.
O CD foi lançado graças ao financiamento colaborativo dos fãs, através da internet (sistema crowdfunding), que viabilizou o projeto, e  oferece 11 quitutes sonoros (mais 2 faixas bônus) prontos para serem degustados pelos apreciadores do interessante crossover de rock garageiro, com surf music, jovem guarda e new wave. E crocância é o termo mais apropriado para definir a textura das novas músicas, resultado da combinação de riffs matadores, distorção, melodias cativantes, refrões grudentos e música dançante, uma fórmula aperfeiçoada por Gabriel Thomaz, um dos mais importantes hitmakers do rock independente brazuca dos últimos tempos.
Autoramas em ação
Mas o mérito não exclusivo dele; Bacalhau, como sempre, está em grande forma, sendo econômico, porém preciso nas baquetas, enquanto Flávia Couri manda muito bem no baixo e nos vocais, além de gravar músicas de sua autoria, demonstrando ter talento de sobra para assumir o posto de suas antecessoras.
Resumindo, é um disco de rock, em sua mais pura essência, cheio de energia, elétrico, para ser ouvido com o volume bem alto, cantando junto.
Verdade absoluta, a faixa de abertura, é impregnada daquele característico órgão jovenguardista à la Lafayette, soando como se fosse uma canção perdida do Robertão, da fase “Em ritmo de aventura”, porém revestida de peso e distorção.
Outro ponto alto do disco é Tudo bem (ouça no player abaixo), que com sua  pegada acelerada é uma forte candidata a hit nos shows. Verdugo é cantada em espanhol, sobre uma linha de baixo deliciosamente ruidosa e dançante. Máquina e Abstrai mantém a adrenalina elevada, enquanto a divertida Domina se encarrega de fixar seu refrão chicletudo em nossa mente, por horas e horas, assim como Lugar errado, em que Flavinha assume o vocal e repete à exaustão um refrão malicioso, de duplo sentido.
Guitarrada mostra como seria se Dick Dale ou Link Wray se arriscassem a gravar o ritmo tipicamente Paraense que dá nome à música.
Nas últimas faixas do disco eles dão uma reduzida na velocidade, o que é perfeitamente natural, afinal é preciso recuperar o fôlego depois de tanta intensidade, mas sem perder o brilho, ficando a constatação que os Autoramas souberam amadurecer sem cair na bundamolice, gravando um dos álbuns mais excitantes e inspirados de sua carreira.