Enquanto isso, confira a nossa listinha nacional dos melhores de 2011, que foi bem produtivo em termos de bons lançamentos musicais, nos mais variados estilos.
E que em 2012 surjam ainda mais coisas boas na música brasileira.
- Bixiga 70 - Bixiga 70
Em meio à enxurrada de novos grupos que surgiram fazendo música instrumental nos últimos anos, o Bixiga 70 conseguiu se destacar, fazendo uma interessante fusão de ritmos latinos, samba-jazz, afrobeat, dub e mais uma infinidade de estilos musicais, que estimulam a imaginação, como se fosse uma trilha sonora para um filme imaginário. Música que faz nosso corpo se mexer involuntariamente, impossível de se ouvir parado.
Depois de ter lançado alguns EPs em esquema de produção caseiro, Lê Almeida chega a seu primeiro álbum cheio, lançado até no formato de Vinil, onde destila toda sua influência das bandas lo-fi que sempre permearam sua obra, como Pavement, Guided by Voices e o cultuado músico e compositor Daniel Johnston, adicionando um pouco de psicodelia na receita, criando um disco deliciosamente pop e alternativo, na mesma medida.
- Poucas Trancas - Pare! Olhe! Escute!
Este quarteto de Santo André alcançou uma notável evolução musical neste álbum, com um belo trabalho autoral, letras carregadas de um humor crítico e irônico, sem medo de deixar transparecer suas influências mais evidentes, como Mutantes, Secos e Molhados, Tom Zé, Raul Seixas, The Who, entre outros, demonstrando uma interessante fusão de MPB de vanguarda, tropicalismo e Rock dos anos 60 e 70.
- China - Moto contínuo
Em seu terceiro álbum em carreira solo, o ex-Sheik Tosado, músico e VJ China, conseguiu se reinventar, em canções de fácil assimilação, soando mais pop do que em seus trabalhos anteriores, porém sem perder a mão em algumas canções mais pesadas. Boa Viagem, a faixa de abertura, além de fazer referência à praia mais famosa de Recife, também é uma saudação ao ouvinte, deixando um belo cartão de visitas para o que vem pela frente.
- Tomada - O inevitável
O quinteto paulistano Tomada é uma das mais autênticas bandas brasileiras que ainda preservam a essência do Rock'n'Roll, sintetizando o que há de melhor no gênero, em ótimas canções que flertam com o Blues Rock, o Rockabilly, o Hard Rock, Psicodelia e até se arriscam em algumas baladinhas. Além da excelente base instrumental, merece destaque o poderoso vocal de Ricardo Alpendre.
- Madame Saatan - Peixe Homem
Diretamente de Belém do Pará para o Brasil, o Madame Saatan despontou como uma das mais instigantes bandas do rock pesado na atualidade, que envereda pelo Hard Rock, Heavy Metal e Nu-Metal, mantendo a pegada nervosa em seu segundo álbum, cheio de riffs de guitarra poderosos, uma cozinha segura e o vocal potente da loiríssima Sammliz. O mais legal é que as músicas são cantadas em português, algo raro nas bandas que trilham este gênero.
- Los Porongas - O segundo depois do silêncio
Depois de um álbum de estreia irretocável, a banda acreana Los Porongas se deparou com o desafio de lançar o segundo disco que tivesse canções tão fortes quanto em seu antecessor, porém sem soar repetitivo ou cair na mesmice. Para isso, fizeram um disco cheio de participações especiais, com músicas inspiradas, letras carregadas de versos poéticos, e uma diversidade musical que surpreende a cada faixa, passando com louvor no famigerado teste do segundo álbum.
- Autoramas - Música crocante
Financiado pelos fãs da banda, através do sistema crowdfunding, Música Crocante fez o investimento dos colaboradores valer cada centavo, em 13 faixas que trazem aquele coquetel musical de garage rock/surf music/jovem guarda/new wave que consagrou a banda de Gabriel Thomaz, marcando a estreia da baixista Flávia Couri em um álbum de estúdio da banda. A "Crocância" do título está presente em cada uma das músicas, que coloca o sexto trabalho dos Autoramas como um dos melhores de sua discografia.
- Mopho - Volume 3
Pouco mais de 10 anos após o lançamento de seu aclamado álbum de estreia, a banda Alagoana Mopho volta com seu 3º disco, que presenteia os fãs com 10 músicas que são verdadeiras pérolas do rock psicodélico/progressivo nacional, destilando boas influências que vão dos Beatles a Pink Floyd, de Mutantes a Secos e Molhados, tudo com uma produção cuidadosa, que deixou tudo soando de maneira mais limpa e cristalina, sem mencionar a arte do encarte, que é um show a parte.
- Karina Burh - Longe de onde
Esta cantora Baiana, criada em Pernambuco, se revelou uma das artistas mais criativas da nova geração. Depois de "Menti pra você", seu elogiado primeiro álbum, ela conseguiu gravar um trabalho bem diferente do anterior, com músicas mais pesadas, porém mantendo a qualidade de suas composições, que demonstram toda sua versatilidade. Muito bem acompanhada por músicos do calibre de Edgard Scandurra, Fernando Catatau, Guizado, entre outros, Karina Buhr conseguiu fazer um disco que a coloca em lugar de destaque na nova música brasileira.
- The Baggios - The Baggios
O melhor álbum de estreia de uma banda de rock nacional em muitos anos. Assim pode ser definido o disco homônimo da banda Sergipana The Baggios, que na realidade é um duo, de guitarra/voz e bateria, que bebe na fonte do Blues Rock Garageiro do White Stripes, Black Keys e de Raul Seixas. As participações de músicos convidados, adicionando teclados, naipe de metais, gaita assim como o dueto com Hélio Flanders, vocalista do Vanguart, acrescentaram uma sustância maior ao Blues Rock Garageiro do The Baggios.
- Criolo - Nó na orelha
Um dos discos mais comentados e premiados de 2011 foi concebido por um talentoso músico e compositor surgido na periferia da zona sul de São Paulo. Neste, que é seu segundo álbum, Criolo criou canções que passeiam com naturalidade entre o samba, Rap, Bolero, Rap, Reggae, evidenciando toda sua capacidade criativa a serviço da boa música, que dialoga tanto com os manos da quebrada, quanto com o público modernoso que frequenta as baladas no Baixo Augusta. Um sopro de renovação na MPB atual.
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