segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Autoramas volta com seu rock elétrico e crocante


Capa de Música Crocante
Antes de começar a falar de Música Crocante, o mais recente álbum do Autoramas, o sexto de sua discografia, é bom deixar avisado: Ele é altamente viciante.
O CD foi lançado graças ao financiamento colaborativo dos fãs, através da internet (sistema crowdfunding), que viabilizou o projeto, e  oferece 11 quitutes sonoros (mais 2 faixas bônus) prontos para serem degustados pelos apreciadores do interessante crossover de rock garageiro, com surf music, jovem guarda e new wave. E crocância é o termo mais apropriado para definir a textura das novas músicas, resultado da combinação de riffs matadores, distorção, melodias cativantes, refrões grudentos e música dançante, uma fórmula aperfeiçoada por Gabriel Thomaz, um dos mais importantes hitmakers do rock independente brazuca dos últimos tempos.
Autoramas em ação
Mas o mérito não exclusivo dele; Bacalhau, como sempre, está em grande forma, sendo econômico, porém preciso nas baquetas, enquanto Flávia Couri manda muito bem no baixo e nos vocais, além de gravar músicas de sua autoria, demonstrando ter talento de sobra para assumir o posto de suas antecessoras.
Resumindo, é um disco de rock, em sua mais pura essência, cheio de energia, elétrico, para ser ouvido com o volume bem alto, cantando junto.
Verdade absoluta, a faixa de abertura, é impregnada daquele característico órgão jovenguardista à la Lafayette, soando como se fosse uma canção perdida do Robertão, da fase “Em ritmo de aventura”, porém revestida de peso e distorção.
Outro ponto alto do disco é Tudo bem (ouça no player abaixo), que com sua  pegada acelerada é uma forte candidata a hit nos shows. Verdugo é cantada em espanhol, sobre uma linha de baixo deliciosamente ruidosa e dançante. Máquina e Abstrai mantém a adrenalina elevada, enquanto a divertida Domina se encarrega de fixar seu refrão chicletudo em nossa mente, por horas e horas, assim como Lugar errado, em que Flavinha assume o vocal e repete à exaustão um refrão malicioso, de duplo sentido.
Guitarrada mostra como seria se Dick Dale ou Link Wray se arriscassem a gravar o ritmo tipicamente Paraense que dá nome à música.
Nas últimas faixas do disco eles dão uma reduzida na velocidade, o que é perfeitamente natural, afinal é preciso recuperar o fôlego depois de tanta intensidade, mas sem perder o brilho, ficando a constatação que os Autoramas souberam amadurecer sem cair na bundamolice, gravando um dos álbuns mais excitantes e inspirados de sua carreira. 

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