Convenhamos que os filmes de ficção científica vem sendo banalizados há muito tempo. A facilidade proporcionada pela computação gráfica fez com que muitas produções deixassem o roteiro em segundo plano e apelassem para filmes com efeitos especiais de última geração e cenários deslumbrantes.
Indiscutivelmente, isso atrai um número maior de expectadores às salas de cinema, ainda mais com o atrativo do 3D Imax, que enche os olhos de todos, mas ao final não resta nada da trama que proporcione reflexão ou que mereça alguma discussão sobre a idéia. É o fast-food cultural, que coloca a obra cinematográfica como um mero acompanhamento da pipoca.
Este filme, dirigido pelo estreante Duncan Jones (filho de David Bowie) surpreende justamente por tratar o gênero com inteligência e originalidade. Resumindo, o roteiro tem conteúdo, algo que anda em falta no cinema hollywoodiano atual.
A trama é simples, Sam Bell (Sam Rockwell) é um astronauta que está numa missão de 3 anos na lua, vivendo sozinho numa base lunar de uma empresa de energia, tendo como único companheiro Gerty (voz de Kevin Spacey), um computador que o auxilia em suas tarefas.
Sua tarefa é coletar uma substância extraída do solo lunar que possui alto teor energético e enviar para a Terra, abastecendo praticamente quase todo o planeta.Até aí, não acontece muita coisa, apenas é mostrado o trabalho solitário de Bell em meio à desoladora paisagem lunar.
Porém, as alterações na personalidade de Sam começam a dar sinais de esgotamento físico e mental, por conta da solidão e saudades da família, com quem tem contato apenas através de vídeo-mensagens que ele recebe através de uma base em Júpiter, pois está sem comunicação com a Terra, devido à um suposto problema técnico com um satélite.
A reviravolta acontece quando desperta dentro da base após um acidente com o veículo lunar e descobre que o computador tem ordens dos dirigentes da empresa para não deixá-lo sair. Desconfiado, ele consegue dar um jeito de convencer Gerty e sair para uma averiguação. Acaba descobrindo um astronauta desacordado, dentro do veículo em que se acidentou. O detalhe é que esse outro astronauta é fisicamente igual a ele.
A partir daí, tem início uma relação de conflito e cumplicidade entre ele e seu clone. Ou seria ele o clone? Este é o enigma que permanece até o desfecho do filme e que consegue prender a atenção do espectador a cada nova situação que vai se desenrolando na trama.
Vale destacar a atuação de Rockwell, neste que é um dos trabalhos mais expressivos de sua carreira. E a direção primorosa de Jones é digna de um grande cineasta e revela um talento promissor, que certamente encheu de orgulho o paizão, que já cantou algo semelhante em Space Oddity.
Inexplicavelmente, este filme nem chegou a entrar em cartaz nas salas brasileiras, sendo lançado diretamente em DVD. O que já é um bom motivo para visitar aquela velha locadora perto da sua casa.
passando aqui para dar um salve nos cumpadre misclênicos... A peílcula em questão é bem interessane sim. Assisti e inté gostei!
ResponderExcluirAbraxxxxxxx!!