terça-feira, 24 de novembro de 2009

Them Crooked Vultures: O disco do ano


Uma sapatada na cara!
Foi assim que meu amigo Tio Sam, fanático por Led Zeppelin, definiu o álbum de estréia do Them Crooked Vultures, o super grupo mais comentado da atualidade. Afinal, trata-se do trio formado por John Paul Jones, Dave Grohl e Josh Homme.
Não é segredo que o disco vazou na net há alguns dias e a essas alturas, muita gente já ouviu. Também não é segredo que a banda já tenha disponibilizado todas as faixas no Youtube, para audição.
Então vamos direto ao que interessa: Esse deve ser considerado o grande lançamento do ano, sem exagero. Mesmo que a crítica americana e inglesa insista em ignorá-lo e ter recebido o lançamento com uma certa indiferença, preferindo badalar bandinhas novatas que não devem sobreviver ao segundo disco.
São 13 petardos sonoros, que brindam o ouvinte com um Hard Rock vigoroso, bem trabalhado, mas direto, sem firulas virtuosísticas, tocado por três representantes das melhores bandas de suas gerações, que sabem bem o que estão fazendo e o fazem muito bem.
“Nobody Loves me, Neither do I” (ouça no player abaixo) abre o disco magistralmente, com o Them Crooked Vultures mostrando a que veio: Um blues rock sincopado, que da metade para frente, ganha contornos Zeppelianos, dando a impressão que a qualquer momento um Robert Plant vai entrar, com seus característicos vocais rasgados.
Mas nada disso. Josh Homme se garante nos vocais e extrai riffs energéticos e marcantes de sua guitarra. Dave Grohl e John Paul Jones formam uma cozinha bastante coesa, além de ornamentarem as músicas com ótimos backing vocals.
Mas o lado Queens of the Stone Age de Josh Homme se sobressai sobre as ex-bandas de seus companheiros na maioria das músicas, embora em vários momentos surjam lampejos de melodias que evocam o velho Zeppelin ou o Foo Fighters, formando uma massa sonora híbrida e eletrizante.
A faixa escolhida como primeiro single foi “New Fang”, que não decepciona, com sua quebradeira instrumental e uma melodia acessível para tocar nas rádios. Todas as outras faixas são mais densas, não há nenhuma outra que possa ser considerada comercial.
Ainda há espaço para a psicodelia, que aparece sutilmente em algumas faixas, como em “Elephants”, “Reptiles” e na melhor de todas: “Scumbag blues”, com fortes emanações do Cream, com o diferencial de soar mais atual, mas mantendo a mesma consistência e musicalidade.
Para quem procura algo inovador ou que vá revolucionar o rock, certamente não irá encontrar nesse disco. É apenas o velho rock’n’roll visceral, em sua mais pura essência, sem soar modernoso e desprovido de apelos intelectualóides, redefinindo o conceito de Power Trio, que foi tão deturpado de umas décadas para cá.
E pensar que tem uma penca de publicações que já divulgaram suas listas dos melhores álbuns do ano e da década antes deste lançamento... Com certeza vão ter de refazê-las, colocando o Them Crooked Vultures lá no topo.

Um comentário:

  1. Cara, eu lí este post aqui e ouví a música que você colocou. Depois disso, eu pirei total no som dessa banda que realmente promete ser uma das melhores pelos próximos anos (vamos torcer pra eles terem vida longa). Já baixei o disco completo e vou te falar... SENSACIONAL!
    Valeu pelo toque e siga firme com o blog.
    Abração!!!

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