quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Diego de Moraes e o Sindicato - Entre o rock e a MPB

Ultimamente vem se multiplicando a quantidade de grupos que reverenciam os grandes nomes da música brasileira dos anos 70. Aqui no Miscelânea já falamos sobre vários deles, como Rafael Castro e os Monumentais, Cérebro Eletrônico, Garotas Suecas, Tulipa Ruiz, entre outros.
E o mais novo a ganhar espaço aqui vem de Goiás: Diego de Moraes e o Sindicato, que lançou no ano passado seu primeiro álbum, Parte de nós, pelo selo virtual Compacto Rec, onde pode ser baixado gratuitamente.
E qual é a fórmula adotada por eles para que não pareçam caricatos e nem padeçam de falta de originalidade? Tem faixas que remetem à Raul Seixas, outras fazem vir à mente Arnaldo Baptista, ou ainda Novos Baianos e Tom Zé.
O grande lance é que todas essas influências estão mais no conceito do que na sonoridade final das músicas. Estão bem diluídas e não soam como uma paródia ou cópia barata destes artistas.
Letras simples, porém dotadas de uma sutil crítica social, que falam do cotidiano ou de conflitos existenciais, com muito bom humor e deboche, são o grande mérito do grupo, que combinados à sua musicalidade apurada, rendem ótimas canções, indo do rock jovenguardiano de "Animal irracional" ao samba torto de "Sobrevivo".
Ainda há espaço para arriscarem uma incursão pelo blues em "Sinto falta de mim", experimentarem ritmos regionais como na ótima "Barbas do profeta", ou então trilharem pelo terreno da folk music em "Deus seja louvado".
Lá pela metade de "69", é despejado um longo solo de guitarra à la "David Gilmour", quando subitamente a música é tomada pelo som de um cavaquinho e se inicia um sambão, entrecortado por guitarras estridentes.
A diversidade de estilos e referências apresentadas em Parte de nós pode causar uma confusão para quem não está acostumado a tanta mistura, mesmo que nada disso seja novidade. Os Mutantes, Raulzito e até mesmo Chico Science, já faziam uma interessante fusão de ritmos brasileiros com o rock, muito antes deles.
Uma grata surpresa que também mereceria figurar na lista dos melhores álbuns nacionais de 2010 do Miscelânea Pop, mas que acabou ficando de fora por conta deste lançamento não ter repercutido muito, e ter sido descoberto pelo relapso autor destas linhas somente agora...

2 comentários:

  1. Aê rapaziada!Estou ouvindo o MP43! Achei legal essa mistura de Motorhead com a Cindy e muito mais! Abrxs para todos. Niva dos Santos
    PS - Eu escrevo, quando dá vontade, umas besteiras aqui - www.mundoburrosa.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Valeu Niva!
    A intenção do programa é essa mesma, tocar o que a gente gosta, sem se limitar a determinados estilos musicais.
    Abraxxx

    ResponderExcluir