quinta-feira, 28 de março de 2013

David Bowie volta em ótima forma com The Next Day

No dia 08 de janeiro, quando David Bowie completou 66 anos, todos foram pegos de surpresa com o vídeo clipe de uma música inédita. Where are We now? quebrava um silêncio artístico de 10 anos e era o prenúncio de que viria mais um álbum de estúdio do camaleão, The Next Day, lançado oficialmente em março.
Com produção de Tony Visconti, responsável por grandes discos do Bowie, como Heroes, Young Americans e Scary Monsters, o 30º  registro fonográfico de sua prolífica carreira foi gravado em segredo absoluto, sem entrevistas ou qualquer tipo de divulgação na grande mídia.
Se o tom melancólico da faixa escolhida para divulgar o novo trabalho dava indícios de um Bowie saudosista, evocando sua fase que rendeu a trilogia conhecida por Berlim, logo essa impressão foi desfeita quando saiu o vídeo de The Stars (Are out tonight), com aquela levada pop radiofônica que marcou sua música na segunda metade dos anos 80.

Mas toda a versatilidade de Bowie fica ainda mais perceptível no decorrer das 14 músicas do álbum (+ 3 bônus tracks na edição Deluxe), desde a roqueira e dançante faixa título, que deixa uma ótima impressão logo na abertura, seguindo com a funky Dirty Boys, e seu Sax Barítono que confere um toque de sensualidade à canção.
A enigmática Love is lost tem aquele clima mais vanguardista e um tom dramático, com um sintetizador nostálgico que predomina durante toda a canção, pontuada por uma guitarra cortante, tentando achar espaço à força, enquanto Bowie declama a letra dotada de uma carga dramática impressionante, certamente uma das melhores do disco.
Valentine's Day traz de volta o mestre às baladas românticas, com muita sofisticação e sem soar piegas, como somente ele consegue.
Outros grandes momentos do álbum são I'd rather be high, Dancing out in space e How does the grass grow, que se situam em diferentes fases de sua carreira, e se por um lado não trazem inovações que possam sinalizar um novo direcionamento em sua obra, mostram o artista em sua plenitude, mantendo-se relevante mesmo depois de tantas décadas marcadas por seus álbuns clássicos. É aí que reside toda genialidade de David Bowie, em sua imensa capacidade de se reinventar a cada novo trabalho.

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