terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Os 10 melhores álbuns internacionais de 2012


Vamos a mais uma lista de melhores álbuns de 2012, mesmo que com algum atraso na publicação, afinal era preciso ouvir melhor e digerir tantos bons lançamentos que marcaram o ano passado. Muitos bons discos de medalhões, vão ficar de fora, porque apesar de mostrarem bandas veteranas em grande forma, talvez não sejam álbuns tão significativos na discografia deles. Ainda assim, merecem uma menção honrosa aqui os lançamentos  destes monstros sagrados do rock: Van Halen, Kiss, Lynyrd Skynyrd, ZZ Top, Neil Young, Bob Mould e Soundgarden.

Howler – America Give Up
No quesito revelação, os americanos do Howler foi o grupo de rock que mais impressionou, com um ótimo álbum de estreia, fazendo um rock vigoroso, garageiro, em que vão da mais completa animação, a momentos mais raivosos, com uma sonoridade que remete bastante aos Strokes de Is this it. Bom da primeira até a última faixa, é daqueles álbuns viciantes de se ouvir.

Alabama Shakes – Boys & Girls
Outra grande revelação do ano, que pode desde já ser considerado um dos grupos mais promissores da atual música sulista norte-americana, mesclando Rock e Rythm & Blues. A voz marcante de Brittanty Howard parece seguir a cartilha de grandes intérpretes, como Aretha Franklin e Janis Joplin e é o grande trunfo da banda, que se consagrou com um belo debut, elogiadíssimo pelas maiores publicações musicais do mundo.

Jack White – Blunderbuss
O inquieto Jack White finalmente resolveu se lançar em carreira solo e o resultado não poderia ser melhor. Sua estreia em Blunderbuss só veio reafirmar sua condição de artista extremamente talentoso, seja como guitarrista, compositor ou cantor. Canções mais elaboradas dividem espaço com o rock energético que sempre foi sua marca registrada.

Lee Ranaldo – Between the times and the tides
Com o fim do Sonic Youth, Lee Ranaldo conseguiu um feito que surpreendeu a muitos fãs de sua extinta banda: Lançou um excelente álbum solo, evidenciando toda sua criatividade e habilidade para compor verdadeiras pérolas do rock alternativo, privilegiando a melodia e maneirando nas distorções e ruídos guitarrísticos. O resultado foi um trabalho incrível, com belíssimas canções que não fariam feio em nenhum álbum do SY. 

Nitrogods – Nitrogods
Grata surpresa essa banda alemã, que faz um rock’n’roll rápido, direto e pesado, com uma pegada altamente explosiva, que evoca bandas do Hard Rock, como AC/DC e Status Quo, e é claro, Motörhead, a influência mais perceptível no som do trio. As letras são todas cantadas em inglês e são perfeitas para embalar uma noitada etílica. Para ouvir com o volume no talo.

Dinosaur Jr – I bet on the Sky
A banda liderada por J. Mascis chega ao décimo álbum, mantendo aquela crueza instrumental e aperfeiçoando suas composições, o que faz com que soem ainda mais intensos do que antes. Não é por acaso que eles são considerados um verdadeiro patrimônio do rock alternativo, sendo um dos grupos mais influentes de sua geração, que se recusa a envelhecer e permanecem relevantes mesmo com quase três décadas de existência. 

Tame Impala – Lonerism
O quarteto australiano que foi incensado pela crítica quando surgiu com seu álbum de estreia, há dois anos, tinha o duplo desafio de não se repetir e de fazer um novo trabalho que fosse tão instigante quanto Innerspeak.  E então gravaram Lonerism, em que atualizam a psicodelia no rock, tendo como referência grupos dos anos 60, mas soando extremamente contemporâneos, em canções multicoloridas, lisérgicas e bem construídas.

The Sheepdogs – The Sheepdogs
Este já é o quarto álbum da banda canadense, mas o primeiro lançado por uma grande gravadora (Atlantic Records). Produzido por Patrick Carney, batera do Black Keys, o novo registro deve ser um divisor de águas na carreira do Sheepdogs, devendo catapultá-los ao mainstream, ainda que tardiamente. A atmosfera Southern Rock permeia todo álbum, que explora tanto o Blues, quanto o Country e o Hard Rock, em canções altamente melodiosas, com refrãos marcantes.

Bad Brains – Into the future
A banda que é uma verdadeira lenda do punk/hardcore americano lançou mais um grande disco, cinco anos após Build a Nation, mostrando que mesmo após 30 anos de atividades, continua sendo um dos nomes mais representativos do gênero. Into the future é composto, em sua maioria, por faixas que resgatam o lado mais pesado da banda, embora permaneçam fazendo várias incursões no Reggae e Dub, como se não existisse fronteira alguma entre o hardcore e a música jamaicana.

Danko Jones – Rock’n Roll is Black and Blue
No sexto álbum do Power Trio Canadense, o som direto, pesado, cheio de riffs poderosos e refrãos do tipo “para cantar todos juntos”, ganha ainda mais força. Os músicos conseguiram aprimorar ainda mais a sua receita, que abusa dos clichês do Hard Rock tradicional, sem que pareçam musicalmente datados. Um disco bastante consistente, repleto de canções com grande potencial para se tornarem novos hits no repertório da banda. 










terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Os 10 Melhores álbuns nacionais de 2012


A esta altura do campeonato, acho que já podemos fechar o balanço de 2012, tendo a certeza de que muita coisa boa vai ficar de fora, mas prometemos uma repescagem para nos redimir dos injustiçados que não entrarem nessa lista. De qualquer forma, podemos afirmar que foi um ano repleto de bons lançamentos, principalmente na categoria Melhores Álbuns Nacionais. Então vamos aos selecionados, sem ordem de preferência:

Rafael Castro e os Monumentais – Lembra?
Um artista prolífico, que tem uma vasta discografia lançada virtualmente, chega ao seu primeiro registro em formato físico, deixando uma ótima impressão para quem ainda não conhecia o seu trabalho. Destilando altas doses de humor negro e deboche, ele não se faz de rogado ao compor sobre temas espinhosos, não poupando nem mesmo surdos-mudos, garotas com câncer e a miséria de pessoas que vivem de lixo.

Black Drawing Chalks – No dust stuck on you
O quarteto goiano lançou seu 3º disco, com muito gás para queimar e competência de sobra para criar músicas com um padrão de qualidade internacional, pronto para arrebanhar novos fãs além de nossas fronteiras. Hard Rock, Stoner, Garage Rock e até baladas roqueiras compõem este trabalho primoroso dos caras.  É só acionar o play e sair batendo cabeça ou então praticar Air Guitar descontroladamente.

Nhocuné Soul – Banzo
Apesar de fazer um samba-rock de alto teor sacolejante, esta veterana banda da periferia paulistana tem um importante diferencial que a destaca dentre as demais bandas do gênero: Letras muito bem construídas sobre o cotidiano nas periferias e um discurso bem engajado em causas sociais, tudo de maneira bem poética, sem cair no lugar comum. Música dançante com bastante conteúdo e atitude.

Trupe Chá de Boldo – Nave manha
O sucessor de Bárbaro mostra uma banda amadurecida, sem medo de experimentar diferentes ritmos, que vão do regionalismo ao neo-tropicalismo, passando pelo samba, soul e até pela baianidade que remete a Tom Zé, Caetano e Novos Baianos. Diversidade pouca é bobagem...As letras exploram as situações cotidianas com bom humor e brincam com frases de duplo sentido. As apresentações ao vivo ganham ainda mais força, com a performance teatral deste coletivo que tem nada menos do que 13 integrantes.

Tulipa Ruiz – Tudo tanto
Quando Tulipa Ruiz gravou seu álbum de estreia, foi celebrada como a mais nova promessa da Música Popular Brasileira. Nesse segundo registro, a cantora deixa de ser promessa para se firmar como um dos maiores nomes da atualidade, colocando sua voz impressionante a serviço de uma música com forte potencial pop, mas sem descuidar da qualidade instrumental, tendo uma excelente banda que serve de base para ela deixar fluir todo seu talento.

BNegão e os Seletores de Frequência – Sintoniza lá
Com esse álbum, BNegão e os Seletores de Frequência mostram que chegaram para somar no groove, dando continuidade à diversidade sonora apresentada em Enxugando o gelo. E o groove aqui é reforçado por uma rica mistura rítmica, passeando descontraidamente por diversos estilos, como o Soul, Funk, Reggae, Dub, Afrobeat e outros beats. As letras de BNegão mostram uma preocupação com as tensões do Mundo atual, mas também prega a diversão como antídoto.

Brothers of Brazil – On my way
Esse foi sem sombra de dúvida o disco mais surpreendente do ano. Por mais que as pessoas torçam o nariz para o Supla, temos de dar o braço a torcer, pois desta vez ele acertou a mão e encontrou em seu irmão João Suplicy o parceiro perfeito para compor canções incríveis, com belos arranjos e algumas com grande apelo radiofônico. Pena que poucas rádios se interessam em tocar material de boa qualidade. Essa mistura de Rock’n’roll com bossa nova dos irmão Suplicy é bem bacana, e a faixa título é uma das melhores músicas do ano.

Cascadura – Aleluia
Patrimônio do rock baiano, o Cascadura chega ao seu 5º álbum, que além de ser duplo, ainda traz a participação de vários nomes importantes da atual cena nacional, como Móveis Coloniais de Acaju, Siba, Pitty, Beto Bruno (Cachorro Grande), e muitos outros. E Fábio Cascadura mais uma vez se consolida como um dos maiores compositores do rock atual, além de impressionar com sua interpretação, que em vários momentos parece reverenciar o mestre Stevie Wonder.

Curumim – Arrocha
Um trabalho intenso, com curta duração, mas que vai direto ao ponto. Assim deve ser a música em tempos de MP3, pois se o artista vier com muita enrolação, o ouvinte já pula para a próxima faixa. E Curumim soube fazer um álbum bastante pragmático, explorando mais as batidas e outros elementos da música eletrônica, mas sem se distanciar da MPB que sempre permeou sua obra. Mais um ótimo álbum que merece ser aclamado como um dos melhores de 2012.

Céu – Caravana sereia Bloom
Em contraposição ao seu disco anterior, Vagarosa, Céu acelera e cai na estrada com Caravana Sereia Bloom, um “Road Album”, que combina perfeitamente com as mais diversas paisagens que surgem no caminho. Desde o Pop animado que abre o disco, a incursões no Reggae, Trip Hop e até no Brega, ela acerta mais uma vez, mostrando-se uma cantora versátil e uma compositora de mão cheia, que fez um dos discos mais instigantes não apenas desse ano, mas dos últimos tempos.