segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Os 10 melhores álbuns internacionais de 2013

Para encerrar o ano, aqui vai a listinha dos melhores discos gringos de 2013. O cardápio está bem variado, tem bandas e artistas para todos os gostos e idades, desde os dinossauros do rock até estreantes cheios de estilo. Então vamos ao nosso top 10 desse ano e boas festas. Cheers!

10 - Franz Ferdinand - Right Toughts, Right words right action
Pouca coisa mudou no som dos escoceses do Franz Ferdinand, desde seu bem sucedido álbum de estreia. Isso quer dizer que eles estão se tornando repetitivos e que não evoluíram musicalmente? Nada disso, eles apenas criaram um estilo próprio e se mantém na zona de conforto em seu quarto álbum de estúdio, com seu Indie Rock dançante, cheios de refrões ganchudos, que se não mostram muita novidade, por outro lado também está longe de decepcionar.

09 - Wavves - Afraid of heights
A banda californiana Wavves retorna com mais um petardo Surf-Punk-Garageiro, em seu quarto registro fonográfico. Se os caras conseguiram um grande reconhecimento em King of the beach, seu álbum anterior, aqui eles soam mais acessíveis e menos barulhentos, mas sem perder a essência, lembrando bandas como Green Day e Weezer em algumas faixas. Rock dos bons!


08 - Savages - Silence Yourself
Sem sombra de dúvida, a banda revelação desse ano. Essa banda Inglesa é composta por quatro garotas que tocam como se estivessem no final dos anos 70, em meio à onda Pós Punk que assolou o Reino Unido. A vocalista Jehnny Beth parece incorporar o espírito atormentado de Ian Curtis em suas ensandecidas performances ao vivo. Outras referências saltam à mente ao ouvir esse debut, como Siouxsie & The Banshees, Bauhaus, PJ Harvey e por aí vai.


07 - Arcade Fire - Reflektor
Em seu álbum antecessor, o aclamado The Suburbs, os canadenses do Arcade Fire já sinalizavam que estavam deixando para trás aquela fama de bandinha indie para se tornar uma banda maior, capaz de arrebanhar um público muito mais amplo. No trabalho mais recente, eles imprimem um ritmo mais dançante, com sabor oitentista, cortesia do produtor James Murphy (LCD Soundsystem) mas com uma abordagem conceitual, inspirados pelo longa Orfeu Negro (1959 de Marcel Camus).


06 The Strypes - Snapshot
Banda de guris Irlandeses na faixa dos 16 e 17 anos, The Strypes surgiu com uma estreia promissora: Snapshot é um discaço, capaz de agradar aos fãs mais tradicionais do bom e velho rock'n'roll sessentista, com uma forte pegada bluseira, tendo como referências mais perceptíveis os Stones, The Animals e Dr. Feelgood. Como eles cantam em "You can't judge a book by the cover", antes de julgá-los pelos penteados modernosos, ouça a música, que resgata as origens roqueiras no blues, com direito até a solos de gaita, um instrumento que há tempos não é usado por bandas de rock.


05 - Jake Bugg - Shangri La
Outro artista prodígio da atual safra de novos artistas, o cantor e guitarrista britânico Jake Bugg vem chamando a atenção e recebendo elogios de medalhões da música, como Johnny Marr, Noel Gallagher e Mick Jagger. O rapaz chega a seu segundo álbum, com produção de Rick Rubin, mostrando um talento para compor belas canções com uma levada folk, mas também dá uma acelerada em outros temas mais roqueiros, como na faixa de abertura There’s A Beast And We All Feed It e na música de trabalho Slumville sunrise. Aprovado com louvor no teste do segundo disco!


04 - Primal Scream - More light
Depois de terem lançado dois últimos discos meia boca, os escoceses do Primal Scream parece que finalmente reencontraram a criatividade neste que é o 10º álbum de estúdio deles. Todos os elementos que fizeram do PS uma das bandas mais importantes dos anos 90, aparecem em More Light. Rock festeiros, viagens lisérgicas regadas à dance music, incursões à música eletrônica e muito mais, tudo na dose certa para proporcionar uma prazerosa experiência sonora.


03 - Queens of the Stone Age - ...Like Clockwork
Muitos fãs se decepcionaram com o novo trabalho do Queens, talvez por terem criado uma expectativa muito grande, esperando um novo álbum tão catártico quanto o Songs for the Deaf, já que Dave Grohl e Nick Oliveri participariam das gravações, além de outros convidados de peso, como Trent Reznor, Alex Turner e até o Elton John. Mas o resultado foi um álbum mais instrospectivo, com baladas poderosas e vários riffs marcantes. Um grande disco, que marca uma transição na banda de Josh Homme.


02 - Black Sabbath - 13
O bom e velho Black Sabbath se reuniu novamente com Ozzy Osbourne, o vocalista original da banda, conseguindo reunir 75% dos fundadores dessa instituição que influenciou gerações de grupos, do Hard Rock, ao Heavy Metal e Stoner Rock. O produtor Rick Rubin conseguiu manter intacta aquela sonoridade da banda, dando a impressão que não se passaram 35 anos desde que eles gravaram juntos pela última vez. O baterista Brad Wilk Rage Against the machine e Audioslave) substituiu com perfeição seu ídolo Bill Ward, e o resultado final foi mais uma obra sensacional do Sabbath.


01 - David Bowie - The next day
Depois de 10 anos sem gravar e de se manter afastado das atividades artísticas, o mestre David Bowie pegou todos de surpresa quando publicou o vídeo clipe de Where are we now? na Internet e logo depois anunciou o lançamento do novo álbum, produzido por Tony Visconti, parceiro de longa data do camaleão. Mas o que mais surpreendeu foi a forma triunfal como ele voltou, cheio de inspiração e com grandes canções, como nos velhos tempos. Simplesmente o disco do ano!



sábado, 21 de dezembro de 2013

Os 10 melhores álbuns nacionais de 2013

O ano de 2013 está em sua reta final e não param de pipocar lançamentos. Como já é tradição neste blog, vamos listar os 10 melhores álbuns do ano, com uma provável repescagem de títulos que acabaram ficando de fora, mas que ainda estão na fila para serem ouvidos. Procuramos fugir de obviedades, como Clarice Falcão e Marcelo Jeneci, pois teve coisa muito mais bacana lançada nesse ano, que está sendo solenemente ignorada pelos sites e blogs mais antenados da web.

10 - Do Amor - Piracema
Gravado em um sítio no interior do Rio de Janeiro, o segundo trabalho da banda carioca Do Amor explora ainda mais a diversidade de ritmos, como o rock, carimbó, folk, cumbia, dub e o escambau. O resultado é um álbum interessante e multifacetado, que peca somente pelo excesso de composições, são 18 faixas, que se fossem enxugadas para umas 13, certamente seria um trabalho bom do começo ao fim.

09 - Garotas Suecas - Feras Míticas
Se em Escaldante Banda, o álbum anterior do quinteto paulistano Garotas Suecas, ficou evidenciado o potencial da banda para criar canções com uma pegada mais animada e dançante, flertando com a Soul Music, Tropicalismo e aquela MPB sacolejante, neste 2º álbum eles investem em melodias mais elaboradas, canções menos dançantes mas carregadas de belas harmonias, como A Nuvem e Roots are for trees e New Country, mas sem abrir mão das temas mais festeiros, como LA Disco e Bicho.

08 - Combo X - A Ponte
O legado do Manguebeat ainda hoje é sentido em trabalhos incríveis de artistas pernambucanos, cada qual se enveredando por diferentes estilos. Mas neste disco lançado por Gilmar Bola 8, percussionista da Nação Zumbi, é que há uma maior proximidade daquele estilo musical surgido em Recife nos anos 90, quando ousaram misturar maracatu, côco, rock, dub, psicodelia e o que mais fosse captado pelas antenas parabólicas de Chico Science e seus camaradas. Neste projeto, Gilmar recrutou uma rapaziada de talento, como BID, Thalma de Freitas, Kassin, Buguinha Dub e Marechal, mostrando que o mangue continua fértil.

07 - Apanhador Só - Antes que tu conte outra
Diferentemente do álbum de estreia, os gaúchos do Apanhador Só resolveram fazer um trabalho mais denso e ousado, que evoca diferentes sensações,  e promove uma verdadeira desconstrução sonora em relação ao seu elogiado debut. Felizmente o resultado acabou sendo compensador, apesar de ser um disco difícil, que vai conquistando o ouvinte aos poucos, daquelas obras que se tornam mais aprazíveis a cada nova audição. É um disco que faz mais sentido se ouvido na íntegra, mas as faixas "Despirocar" e "Líquido Preto" merecem destaque.

06 - Stela Campos - Dumbo
Este entrou na lista aos 45 minutos do segundo tempo. Lançado em novembro, Dumbo é um apanhado de canções órfãs de Stela Campos, que por algum motivo ficaram de fora de seus álbuns oficiais. O que chega a ser uma tremenda injustiça, pois no repertório da cantora há belíssimas canções, que trafegam entre o folk, psicodelia, rock alternativo, tudo com o toque de qualidade que faz de Stela Campos uma das artistas mais talentosas do underground nacional das últimas décadas.

05 - Sentimento Carpete - Sentimento Carpete
Este quarteto de Santo André é uma grata surpresa que surgiu em um momento em que várias bandas apareceram e estão agitando a cena roqueira no ABC paulista. O som é direto e o papo é reto, afinal é assim que o Punk Rock tem que ser, mas o diferencial da banda são os temas irreverentes, que vão de bairrismos dos personagens folclóricos Andreenses, futebol, astros pornôs, putaria e diversão. Se você curte Ramones, Os Replicantes e Ultraje a Rigor, ouça sem medo de ser feliz.



04 - Cérebro Eletrônico - Vamos para o quarto
O Cérebro Eletrônico chega a seu quarto álbum, em que exibem todo seu talento criativo, soando menos pop e mais experimentais do que em seus trabalhos anteriores. Gravado em apenas 3 dias em um sítio na cidade de Bragança Paulista, a banda mergulhou de cabeça em texturas psicodélicas e outras viagens que incluem mitologia, misticismo, tecnologia e outras pirações. Mas em meio a essa "brisa", há alguns temas mais radiofônicos, como "Não bateu nosso santo" e "Oh my Lou".

03 - As Radioativas - Cuidado Garota
Cinco garotas que tem em comum o gosto pelo rock'n'roll dos anos 60 e 70, mesclando em sua música referências que vão de Ramones a Rolling Stones, com grande influência de bandas femininas, como Runnaways, L7, Hole, Mercenárias, entre tantas outras, que se revelam a cada faixa deste debut, lançado pela Baratos Afins. São 10 faixas que transpiram a mais pura essência rocker, em riffs matadores, letras que exaltam a diversão e a libertação feminina.

02 - Porcas Borboletas - Porcas Borboletas
Os mineiros do Porcas Borboletas lançaram seu 3º álbum, discretamente, sem causar muito alarde, e como todo bom mineirinho com fama de "Come quieto", os caras cometeram um dos melhores discos do ano, mas que permaneceu lá, "escondidim", proporcionando prazer aos poucos ouvintes que se aventuraram a embarcar nessa vibe. Lampejos da vanguarda paulistana, rock oitentista que remete aos Titãs, Leminski musicado, Bowie reverenciado e uma divertida constatação de que todos estão pensando em sexo. Bão dimais da conta!

01 - The Baggios - Sina
Em seu segundo álbum de estúdio, o duo sergipano The Baggios conseguiu aprimorar ainda mais sua sonoridade calcada no blues rock, fazendo incursões pelo xote, folk, alçando voos ledzeppelianos.O vocal de Julio Andrade em alguns momentos parece se inspirar em Raul Seixas, sem receio de negar a influência. Com isso, a banda cria uma identidade própria, que afasta de vez a comparação com o White Stripes, e se consolida como uma das bandas de rock mais relevantes da atualidade no Brasil.